Cenário atual

Entenda o porquê da nova consagração ao Imaculado Coração de Maria

O ato de consagração ao Imaculado Coração de Maria se repete, desta vez em cenário de guerra, como um apelo pela paz

Mauriceia Silva
Da Redação   

Rússia e Ucrânia serão consagradas ao Imaculado Coração de Maria nesta sexta-feira, 25 / Foto: Arquivo Canção Nova

Nesta sexta feira, 25, Festa da Anunciação,  durante a celebração da Penitência, o Papa Francisco consagrará a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria. O momento de oração será às 17hs na Basílica de São Pedro (horário de Roma), 13h no horário de Brasília, e será transmitido pela TV Canção Nova. 

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Ao mesmo tempo, o mesmo ato será realizado em Fátima, Portugal. O esmoleiro pontifício, Cardeal Konrad Krajewski, fará a consagração na Capelinha das Aparições. “O Papa Francisco convidou os bispos de todo o mundo e seus sacerdotes a se unirem a ele na oração pela paz e na consagração e entrega da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria”, confirmou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. O mesmo ato, no mesmo dia, será, portanto, realizado por todos os bispos do mundo. 

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG) enfatizou a importância da iniciativa do Papa Francisco. Ele lembrou que a oração de consagração a Nossa Senhora é parte da identidade cristã-católica, um dom que inspira a buscar a paz.
 
“Nessa mesma perspectiva, sempre é oportuno rezar pela consagração da humanidade dos muitos países ao Imaculado Coração de Maria, para que, rezando juntos, conforme bem diz o Papa Francisco, o Povo de Deus faça, de modo unânime e veemente, subir a súplica à sua Mãe”, destaca Dom Walmor. 

O arcebispo acredita que esta é uma responsabilidade que alegra e fortalece a missão de sempre trabalhar pela paz, testemunhando a fé em Jesus Cristo, o Príncipe da Paz. E é uma tarefa cristã ajudar a construir a unidade entre os povos. “Oferecemos um bonito testemunho quando reafirmamos a nossa comunhão, em obediência ao magistério de nosso amado Papa Francisco, na colegialidade bonita do nosso episcopado, na sinodalidade que precisa ser cada vez mais exercitada na nossa Igreja”. E conclui: “Rezemos pela paz! Permaneçamos unidos ao Papa Francisco na consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria”.

Unidade na oração

Este ato de fé do Papa Francisco que convoca o bispado de todo o mundo repercute na espiritualidade do povo de Deus. Todo cristão católico, em unidade, assume também a Consagração, e se unirá em oração a este momento tão crucial na Igreja.

Segundo o vice-presidente da Comunidade Canção Nova, Padre Wagner Ferreira, é muito importante que todos os fiéis cristãos católicos, mas também de outras confissões religiosas, se unam ao Papa nesta intenção. “Que nesta unidade possamos suplicar a Deus que tenhamos antes de tudo a paz em nossos corações, de modo que possamos, também em nosso relacionamentos, respeitar e promover a dignidade do ser humano, a dignidade de toda a qualquer pessoa humana.”

Padre Wagner afirma ainda que Maria é mãe, e como mãe, ela é profundamente sensível às necessidades de seus filhos e filhas. É a ela que os cristãos católicos recorrem para que neste ato de Consagração da Rússia e da Ucrânia ao seu Imaculado Coração se possa alcançar a paz.

“A Virgem Maria intercede, portanto, para que em todos os povos haja a paz do reino de Deus, daí a necessidade de um novo ato de Consagração de todas as nações, mas particularmente da Rússia e da Ucrânia, ao Imaculado Coração de Nossa Senhora”, explica. 

Outros atos de Consagração

Após as aparições de Fátima houve vários atos de consagração ao Imaculado Coração de Maria: Pio XII consagrou o mundo inteiro em 31 de outubro de 1942. Em 7 de julho de 1952, consagrou especificamente a Rússia ao Imaculado Coração de Maria.    

A consagração foi renovada para toda a humanidade em 1964, com o Papa Paulo VI, e em 1981, 1982 e 1984, com o Papa João Paulo II. Esta última aconteceu também no dia 25 de março e correspondeu ao que Nossa Senhora havia pedido. Esta confirmação veio em 2000, quando a Santa Sé revelou a terceira parte do segredo de Fátima. Na época, o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Tarcisio Bertone, salientou que a Irmã Lúcia havia pessoalmente feito a confirmação. 

O motivo de uma nova Consagração

Diante da iminente Consagração, pode surgir uma pergunta: “Se São João Paulo II consagrou a Rússia ao Imaculado Coração de Maria em 1984, por que o Papa Francisco fará outra?”.

Informações oficiais enviadas pelo Santuário de Fátima para esta matéria explicam que, em 1991, quando São João Paulo II renovou em Fátima a consagração realizada em 25 de março de 1984 em Roma, o então Pontífice voltou a lembrar que o apelo de Maria não era para uma só vez. “Ele continua aberto para as gerações que se renovam, para ser correspondido de acordo com os sinais dos tempos sempre novos. A ele se deve voltar incessantemente. Há que retomá-lo sempre de novo”, afirmou São João Paulo II na ocasião.

O discernimento atual do Papa Francisco teve como contexto o cenário de guerra, armas destruidoras e o clamor das vítimas.  Segundo o Santuário, a Rússia que invadiu a Ucrânia é outra. “O que nesta consagração se reafirma é o desejo de paz. Falamos de uma agressão bélica e em nenhum momento está em causa a questão religiosa ou a perseguição religiosa”.

Para o Santuário de Fátima, tudo isso fez com que o Papa discernisse o apelo a fazer a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria hoje, neste tempo conturbado. Trata-se, portanto, de renovar uma consagração já feita, retomando o apelo de Nossa Senhora.

Particularidade da Consagração

Segundo o Santuário, há uma particularidade que será vivida nesta sexta feira na Basílica de São Pedro: o Papa Francisco irá juntar na mesma consagração o agressor e o agredido, “procurando unir todos num só coração, o coração de Maria, porque entrando nele encontramos igualmente o coração de seu filho”.

Sobre o segredo de Fátima

Em meio às realidades reveladas em cada parte do segredo (visão do inferno, imagens do horror da guerra e os sofrimentos da Igreja), Nossa Senhora pede aos Pastorinhos que rezem o terço e ofereçam sacrifícios em ato de reparação. Pede ainda a consagração ao Seu Imaculado Coração e a conversão, bem expressa na exortação: “Não ofendam mais a Deus que já está muito ofendido”. “Ou seja, venerar o Imaculado Coração de Maria é perceber simultaneamente o mal e a vitória sobre o mal, e é aprender deste Coração o caminho da disponibilidade para Deus e da atenção aos outros, que é caminho para a paz.”, concluiu o Santuário de Fátima.

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