CONTRA A GUERRA

“Somente a solidariedade pode trazer uma paz duradoura”, diz cardeal

Secretário das relações com Estados e as Organizações internacionais discursou durante sessão da GLOBSEC – a mais importante plataforma multilateral sobre segurança no mundo

Da Redação, com Vatican News

Dom Paul Richard Gallagher / Foto: Yuri Kochetkov/Pool via REUTERS

O secretário da Santa Sé para as relações com Estados e as Organizações internacionais, Dom Paul Richard Gallagher, participou nesta segunda-feira, 29, da GLOBSEC. O evento, que ocorreu em Bratislava, na Eslováquia, é a mais importante plataforma multilateral sobre segurança no planeta.

Dom Gallagher discursou aos presentes, e insistiu que “somente a solidariedade pode trazer uma paz duradoura”. Ao iniciar sua fala, expressou proximidade aos países que sofrem com a guerra. Citou Ucrânia, Somália, Afeganistão, República Democrática do Congo e Iêmen, os países mais afetados pelas crises resultantes de conflitos armados, mudanças climáticas e turbulência econômica, segundo o relatório Emergency Watchlist deste ano.

O religioso reiterou que todos os seres humanos estão interconectados e que cada um importa para o todo. Falando da solidariedade, a definiu como “um verdadeiro sentimento de pertença a esta grande família humana, cujo bem-estar geral depende do bem-estar de cada um de nós em todos os cantos do mundo”.

Pensar no outro, pensar em todos

A partir dessa consciência que surge a empatia, reforça o purpurado. Ela faz o indivíduo sentir profunda e apaixonadamente dentro de si mesmo o que os outros sentem e experimentam, compartilhar o compromisso e a responsabilidade de promover e buscar o bem comum, apoiar e ajudar uns aos outros para alcançar o bem maior que não pode ser alcançado por nenhum indivíduo sozinho, reconhecer, compreender e respeitar as diferenças entre os povos, prosseguiu.

Dom Gallagher explicou que o contato com o próximo gera incômodo porque dá a sensação de limitação da própria liberdade. Assim, prevalece o desejo de competição, o princípio da dominação do mais forte. E onde isso acontece, ao invés do diálogo, busca-se mediações arbitrárias.

“O exercício dos direitos assume a forma de tolerância e de intolerância; e a paz não é mais vista como um estado de harmonia, mas sim como a ausência de conflito. Consequentemente, uma infinidade de regras e regulamentos deve ser estabelecida, seja em nível local, nacional ou internacional, para garantir a todos, a cada grupo e a cada nação o ‘direito à autorrealização’”, declarou. Por isso, para o cardeal, a solidariedade é uma virtude a ser promovida em todos os níveis por pais, professores e comunicadores.

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