Exéquias

Cardeal Re sobre o Cardeal Pell: aceitou punições injustas com dignidade

Liturgia fúnebre do cardeal australiano, falecido nos últimos dias, foi celebrada neste sábado, 14, na Basílica de São Pedro, pelo cardeal decano

Da redação, com Vatican News

Foto: Reprodução Reuters

As exéquias do prefeito emérito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, falecido em 10 de janeiro, aos 81 anos, foram celebradas, na Basílica de São Pedro, na manhã deste sábado, 14, pelo decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Giovanni Battista Re.

Em sua homilia, o purpurado recordou que “o encerramento inesperado da existência do Cardeal Georg Pell pegou de surpresa a todos”. “Ele esteve presente conosco para concelebrar a missa das exéquias do Papa Emérito Bento XVI no adro desta Basílica e, apesar dos seus 81 anos, parecia gozar de boa saúde”.

“Em nossos corações, só há espaço para a esperança, porque, como nos adverte Santo Agostinho, “baseados numa promessa verdadeira, esperamos que desta vida, da qual teremos que emigrar, e da qual, sem perdê-los, vão antes de nós alguns companheiros de peregrinação, chegaremos àquela vida, onde eles serão muito mais queridos e conhecidos por nós e poderemos amá-los sem medo de que nos deixem”, disse.

Sofrimentos vividos com confiança no julgamento de Deus

O Cardeal Giovanni Battista Re recordou que os últimos anos da vida do cardeal Pell foram marcados por uma condenação injusta e dolorosa. “Em junho de 2017, ele foi acusado de abuso sexual na Austrália e a conclusão do julgamento foi uma sentença de prisão”.

“O Cardeal Pell passou quatrocentos e quatro dias numa cela em duas prisões de segurança máxima, em Melbourne e depois em Barwon, também com um período de isolamento”. “Em abril de 2020, a Suprema Corte australiana o absolveu com uma decisão de inocência total.” “Foi uma experiência de grande sofrimento vivida com confiança no julgamento de Deus”, lembrou.

Para o Cardeal Re, Cardeal Pell deu um exemplo de como aceitar também as punições injustas com dignidade e paz interior. “A fé e a oração foram de grande conforto e apoio para ele nesta triste história”. “Para dar a conhecer o quanto a fé e a oração ajudam nos momentos difíceis da vida e também para ser um apoio para quem deve sofrer injustamente”, disse o decano do colégio cardinalício, “ele publicou o diário de seus longos dias de prisão”.

Um homem de Deus

Por fim, o Cardeal Re sublinhou que o Cardeal Pell foi um homem de Deus e um homem da Igreja, marcado por uma fé profunda e uma grande solidez de doutrina, que sempre defendeu sem hesitação e com coragem, preocupado apenas em ser fiel a Cristo. “Como ele apontou várias vezes, ficava triste com o enfraquecimento da fé no mundo ocidental e com a crise moral da família”.

No final da celebração eucarística, o Papa Francisco presidiu o rito da encomendação e despedida.

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