Porta-voz do Vaticano volta a comentar polêmica sobre relatório da ONU

Relatório da ONU aborda postura da Santa Sé referente aos direitos das crianças e às questões ligadas ao abuso de menores

Da Redação, com Rodrigo Luiz e Rádio Vaticano

Depois das polêmicas relacionadas às observações conclusivas do Comitê da ONU para os direitos das crianças relacionadas à Santa Sé, o Vaticano emitiu uma nova declaração nesta sexta-feira, 7.

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O porta-voz da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, lembra, antes de tudo, que não é o caso de falar de um choque entre ONU e Vaticano, porque as Nações Unidas representam uma realidade importante para a humanidade de hoje, para a paz no mundo, um lugar de encontro entre as nações e respeito entre todos. No entanto, como em todos os lugares, existem pessoas que pensam diferente, com opiniões diferentes.

As recomendações formuladas pelo Comitê foram consideradas pelo Vaticano como escassas e relativas. Por isso, a Santa Sé, vai adotar medidas de diálogo e respeito.

O Vaticano afirma ainda que o Comitê levou mais em consideração a posição de algumas ONGs em detrimento da posição da Santa Sé e demonstrou preconceito com a Igreja.

“É típico, de fato, de tais organizações não querer reconhecer quanto foi feito pela Santa Sé e na Igreja nestes recentes anos, no reconhecer erros, no renovar normas, desenvolver medidas formativas e preventivas. Poucas ou nenhuma outra organização ou instituição fez o mesmo. Mas não é absolutamente isso que se compreende lendo o documento em questão”, escreve o sacerdote jesuíta na nota.

O aspecto mais grave, conforme relatado na nota, foi querer interferir em assuntos de doutrina e moral da Igreja Católica, como a postura da Igreja diante do aborto, educação nas famílias e visão da sexualidade humana.

Na nota de hoje, a Santa Sé afirma ainda que as Convenções internacionais promovidas pela ONU são uma das vias pelas quais a comunidade internacional procura promover a dinâmica da busca da paz e da promoção dos direitos da pessoa humana em campos específicos. A Santa Sé aderiu àquelas que considera mais importantes à luz de suas atividades e da sua missão, tendo em vista que participar de uma convenção requer empenho, e portanto a escolha foi de acordo com sua possibilidade de participação.

“Entre estas, a Santa Sé aderiu – entre os primeiros do mundo – àquela para os direitos das crianças, à luz do grande trabalho desenvolvido neste campo, desde sempre e em muitas formas diversas (educativas, caritativas, etc.) pela comunidade católica no mundo, e à luz do magistério da Igreja neste campo, inspirado no comportamento do próprio Jesus descrito nos Evangelhos”.

Ao final da nota, padre Lombardi enfatiza o desejo de que seja reencontrado o plano concreto do compromisso para o bem das crianças, também através do instrumento da Convenção. “A Santa Sé não fará faltar as suas respostas atentas e argumentadas”.

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