Perseguições religiosas

Meriam Ibrahim condenada à morte testemunha sobre sua prisão

Sudanesa, acusada de apostasia por se casar com um cristão, conta como foram os meses em que ficou presa e fala sobre sua fé

Da redação, com Rádio Vaticano

A reportagem publicada no jornal ‘The Guardian’, no dia 2 de fevereiro de 2015, entrevista a sudanesa, Meriam Ibrahim que conta como foram os meses que esteve presa no Sudão e o nascimento de sua filha na prisão.

No ano passado, 2014, os católicos acompanharam o drama da sudanesa, Meriam Ibrahim, 27 anos, que foi condenada à morte no Sudão por apostasia, ou seja, não ter seguido o Islamismo para se converter ao Cristianismo. Fato que ela negava, afirmando ter sido criada como cristã por sua mãe, após seu pai muçulmano ter abandonado a família quando ela era criança.

Muitas pessoas se comoveram com a situação de Meriam, o que gerou uma onda de solidariedade e chamou a atenção de vários organismos e figuras políticas. Uma petição da Anistia Internacional conseguiu mais de um milhão de assinaturas e Meriam foi libertada no dia 23 de junho de 2014.

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Após ser libertada, Meriam acompanhada de sua filha visitou Papa Francisco / Foto: Arquivo L’Osservatore Romano

“Saber que o mundo estava do meu lado deu-me esperança. O meu marido, Daniel contou-me sobre todas as pessoas que me defenderam e que me encorajaram a apoiar-me na minha fé cristã”, disse a sudanesa em entrevista ao jornal “The Guardian”.

Visita ao Papa

Quando saiu do país, visitou o Papa no Vaticano, antes de se exilar nos Estados Unidos, onde hoje vive com o seu marido e os seus dois filhos. Durante todo o período de encarceramento, ela disse que não perdeu a fé porque “a fé é vida”.

“Lembro-me sempre da imagem de Jesus e de que ele morreu na cruz por nós. Devemos amá-lo e defendê-lo. Estou feliz, apesar das circunstâncias difíceis. O que aconteceu, o que enfrentei foi uma prova à minha fé… Tive êxito porque estou certa do que faço”, disse Meriam.

A sudanesa foi presa junto com o seu filho, Martin (com menos de dois anos na época), e deu à luz Maya ainda na prisão. “Quando o meu filho Martin chorava e dizia que queria o pai, os guardas batiam-lhe e diziam-lhe ‘você não tem pai’, conta.

Sudão seja país de todas as religiões

A cristã apelou ao governo que se reconheça como um país de múltiplas “raças e religiões” onde todos têm os seus direitos, uma mudança vital para “assegurar um futuro para as próximas gerações”.

No futuro, Meriam quer escrever um livro sobre a sua experiência e criar uma organização de apoio às pessoas que trabalham contra as perseguições religiosas e que apoiam as mulheres na prisão.

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