Oriente Médio

Líderes religiosos condenam exílio forçado de cristãos

Respondendo ao apelo do Papa, autoridades muçulmanas e cristãs condenam o exílio de cristãos e outros grupos étnicos e religiosos

Rádio Vaticano

Altas autoridades muçulmanas e cristãs fizeram um apelo nesta quinta-feira, 4, para que os cristãos do Oriente Médio permaneçam na região, apesar dos abusos e perseguições perpetradas por grupos jihadistas.

“O exílio forçado de cristãos e de outros grupos religiosos e étnicos é um crime que todos nós condenamos”, declararam os religiosos de cerca de 20 países, reunidos em uma conferência internacional sobre o terrorismo, convocada pela Universidade de al-Azhar, a máxima instituição do Islã sunita.

“Nós apelamos aos nossos irmãos cristãos para permanecerem em seus países, até que desapareça a onda de terrorismo que todos nós sofremos”, diz a declaração conjunta. Eles apelam aos países do mundo para não facilitarem este exílio, ajudando estes grupos a emigrarem em seus territórios.

A declaração foi feita cinco dias após o apelo do Papa Francisco a todos os líderes muçulmanos, para condenarem clara e abertamente o terrorismo islâmico.

A ofensiva lançada em junho pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria forçou centenas de milhares de refugiados a abandonarem suas casas, incluindo dezenas de milhares de cristãos e yazidis, vítimas de abusos.

O Sheique de Al-Azhar, al Tayyeb, condenou os “crimes bárbaros” cometidos pelo Estado Islâmico, ao abrir a conferência na quarta-feira, 3.

“Todos os grupos armados e milícias sectárias que usaram a violência e o terrorismo não têm nenhuma relação com o verdadeiro Islã”,  afirmou nesta quinta-feira, 4, o comunicado conjunto da Al-Azhar.

Ele também denuncia uma interpretação distorcida da “jihad” ou “guerra santa”, precisando que este conceito significa “a auto-defesa e a resposta a uma agressão” e que não deve ser lançada, “não importa por qual grupo ou indivíduo”.

Mesmo sem propor ações concretas, os participantes defenderam a realização de uma conferência de diálogo internacional para colaborar na construção da paz e para propagar a justiça.

Os dignitários reunidos eram provenientes de vinte países, incluindo a Arábia Saudita, Irã, Indonésia e Malásia.

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