Delegação dos EUA realizou uma visita de dois dias a Havana. Essas são as primeiras conversações desde o anúncio da decisão de reatar a diplomacia entre os dois países
Reuters
Estados Unidos e Cuba vão discutir, nesta quinta-feira, 22, a restauração de laços diplomáticos, após uma reunião contenciosa sobre imigração na véspera que destacou as dificuldades em superar meio século de hostilidades entre as partes.
A delegação de mais alto nível dos EUA em Cuba, em 35 anos, vai concluir as conversações de dois dias em Havana nesta quinta-feira. Os dois lados anteciparam que um avanço imediato nas negociações é improvável.
Autoridades norte-americanas dizem esperar que Cuba concorde com a reabertura de embaixadas e a nomeação de embaixadores nas duas capitais nos próximos meses.
Os EUA também querem o fim da proibição a viagens de diplomatas norte-americanos e o embarque sem impedimentos de materiais para sua missão em Havana.
Durante as conversações de quarta-feira, os norte-americanos prometeram continuar a garantir entrada no país para cubanos com proteções especiais negadas para cidadãos de outras nacionalidades.
Cuba reclamou que a lei norte-americana promove a imigração ilegal e perigosa e protestou contra um programa separado dos EUA que incentiva médicos cubanos a desertar, o descrevendo como “uma prática condenável de fuga de cérebros”.
As conversações são as primeiras desde que o presidente dos EUA, Barack Obama; e o presidente cubano, Raúl Castro, anunciaram, em 17 de dezembro, que trabalhariam para restaurar os laços diplomáticos rompidos por Washington em 1961.
Apesar da resistência de alguns no Congresso norte-americano, Obama colocou os EUA a caminho de remover as sanções econômicas e um embargo comercial de 53 anos contra Cuba.