Carta pastoral

Crise climática: bispos das Filipinas pedem unidade e ações concretas

Bispos emitiram carta pastoral com foco para a justiça social e ecológica no enfrentamento da crise climática

Da Redação, com Agência Fides

Tufão Goni foi a 18ª tempestade a atingir as Filipinas em 2020 / Foto de Arquivo: Reprodução Reuters

Unidade e ações concretas diante da crise climática. Este é o pedido dos bispos filipinos em uma carta pastoral publicada no encerramento de sua Assembleia Plenária, no último dia 28. O texto é assinado pelo presidente da conferência, Dom Pablo Virgilio David.

Os bispos mencionam o contexto de pandemia que fez mais de cinco milhões de vítimas em todo o mundo. “Enquanto nos esforçamos para nos recuperarmos dessa crise, a pausa imposta pela pandemia à atividade industrial e econômica nos incentiva a refletir sobre as décadas de práticas poluidoras que nossa Casa Comum teve que suportar nas mãos da humanidade, práticas que nações ao redor do mundo estão rapidamente voltando a seguir.”

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A carta da Conferência Episcopal nota que muitas nações particularmente vulneráveis às mudanças climáticas viram uma intensificação das calamidades causadas pela instabilidade da biosfera. As Filipinas, por exemplo, foram atingidas por múltiplas tempestades tropicais. Algumas delas chegaram a ser declaradas as mais mortais do mundo de 2013 a 2021.

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“As medidas e políticas propostas para enfrentar o impacto desta crise deveriam sempre colocar em primeiro lugar a justiça social e ecológica. Sendo uma das nações mais vulneráveis nesta era de emergência global, as Filipinas têm um imperativo moral de buscar um percurso de desenvolvimento sustentável possível para o bem das gerações presentes e futuras, assegurando que as vozes de todos sejam levadas em consideração”. 

Levar esperança

Os bispos reiteram seu empenho em levar esperança frente à crise ecológica. Eles recordam o cuidado com a criação como Casa Comum e convidam os católicos das 86 dioceses filipinas a adotarem medidas concretas de cuidado ao meio ambiente.

A carta também cita os objetivos da Conferência de Paris sobre o clima bem como a COP26, a mais recente conferência da ONU sobre a questão realizada em 2021. A Igreja apoia, lembram os bispos, o aumento do uso de energias renováveis. Eles reforçam ainda a promoção do “Programa Nacional Laudato Si”, lançado em 2019 em todas as comunidades eclesiais.

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Cada diocese terá uma “Escala Ecológica” especial com fundos adequados para suas atividades. Será institucionalizada a celebração anual do “Tempo da Criação” e da “Semana Laudato Si‘”. As dioceses também promoverão estruturas ou cursos de orientação escolar, trabalhando em colaboração com a sociedade civil, para “promover e proteger os direitos da natureza e a defesa da vida”.

Projeto de lei: “direitos da natureza”

A conferência apoia a proposta de lei para o reconhecimento dos “direitos da natureza”, analisada pelo Parlamento do país. A lei regulamenta e limita a extração mineral, os combustíveis fósseis e outras formas de destruição ecológica. De tal modo, procura-se proteger também a vida de muitos grupos indígenas e comunidades locais. Esses, muitas vezes, são colocados em perigo por projetos de exploração dos recursos naturais ou de edificações.

A carta pastoral testemunha a atenção de longa data da Igreja filipina para o cuidado da criação de Deus. O documento também retoma a carta pastoral de 2019: “Apelo urgente pela conversão ecológica, esperança diante da emergência climática”.

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