Não há como aceitar a violência como solução para os problemas de uma nação, frisa a presidência da CNBB na nota
Da Redação, com CNBB
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu uma nota em solidariedade à Igreja no Chile em virtude dos ataques realizados a duas igrejas na capital Santiago no último domingo, 18.
Na correspondência enviada à Conferência Episcopal Chilena, a entidade expressa fraterna solidariedade com a Igreja daquele país, em razão dos violentos atos de vandalismo sofrido. No documento, a presidência da CNBB afirma que não há como aceitar a violência como solução para os problemas de uma nação. A violência desumaniza os povos, fere pessoas, destrói patrimônios e macula a história.
Em declaração, emitida dia 18 de outubro, a Conferência Episcopal do Chile afirmou que a violência não pode intimidar o desejo de justiça para o país. “Temos contemplado com tristeza as agressões, saques e o ataque a lugares de oração, espaços sagrados dedicados a Deus e ao serviço solidários às pessoas”, afirmaram.
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Os bispos chilenos apontam que os grupos que usam a violência contrastam com muitos outros que estão se manifestando pacificamente. Segundo a Conferência dos bispos do Chile, a imensa maioria dos Chilenos anseia por justiça e por mediadas eficazes que contribuam para superar a desigualdade. Não quer mais corrupção nem abusos, espera um tratamento digno, respeitoso e justo. “Cremos que essa maioria não apoia nem justifica ações violentas que causam dor a pessoas e famílias”, afirmou a declaração.
Leia, abaixo, a íntegra da nota assinada pela presidência da CNBB:
Brasília-DF, 20 de outubro de 2020
Exmo. Mons.
Santiago Silva Retamales,
Presidente da Conferência Episcopal do Chile
Ref: Solidariedade desde o Brasil
Estimado Mons. Santiago Silva Retamales,
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através de sua presidência, vem manifestar fraterna solidariedade com a Igreja no Chile, em razão dos violentos atos de vandalismo sofridos.
Roga ao Deus da Paz que permaneça fortalecendo os irmãos bispos e demais cristãos chilenos, na missão de colaborar para que a paz social seja restabelecida. De fato, não há como aceitar a violência como solução para os problemas de uma nação. A violência desumaniza os povos, fere pessoas, destrói patrimônios e macula a história.
“Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade; cada morte violenta diminui-nos como pessoas. A violência gera mais violência, o ódio gera mais ódio e a morte mais morte. Temos de quebrar esta corrente que aparece como inelutável” (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 227).
Unidos na oração e na solidariedade,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB
Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB
Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB
Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB