Comunicado

Bispos cubanos se pronunciam sobre manifestações em Cuba

Manifestações em Cuba começaram no domingo, 11; bispos defendem escuta mútua e não violência

Da Redação, com Vatican News

Os bispos cubanos divulgaram um comunicado após as manifestações em Cuba que começaram no último domingo, 11. As manifestações são contra a “deterioração da situação econômica e social que atravessa o país” e que se agravou acentuadamente.

“Irmãos, não podemos fechar os olhos ou desviar o olhar como se nada estivesse acontecendo”, afirmam. O comunicado é datado de 12 de julho. 

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Os bispos dizem entender que o Governo tem responsabilidades e que tem procurado tomar medidas para amenizar as referidas dificuldades. Mas também entendem que o povo tem o direito de expressar suas necessidades, anseios e esperanças e se expressar publicamente contra “algumas medidas que foram tomadas e que o afetam seriamente.”

“É necessário que cada pessoa contribua com a sua criatividade e iniciativa e que cada família trabalhe pelo seu bem-estar, sabendo que, quando isso acontece, estão a trabalhar pelo bem da Nação”, acentua a nota.

Risco de imobilidade; diálogo necessário

Uma das preocupações dos bispos cubanos é que a resposta a essas reivindicações seja a imobilidade que contribui para a continuidade aos problemas, sem resolvê-los.

“Não só vemos que as situações se agravam, mas também que se caminha para uma rigidez e endurecimento de posições que podem gerar respostas negativas, com consequências imprevisíveis que nos prejudicariam a todos”.

O comunicado destaca ainda que nem imposições nem confrontos levarão a uma solução favorável. O que o episcopado defende é a escuta mútua e a busca de acordos comuns, dando passos concretos para o bem de todos. Os bispos recordam um dos ensinamentos do Papa Francisco quando diz que “as crises não são superadas pelo confronto, mas pela busca da compreensão”.

“A violência gera violência, a agressividade de hoje abre feridas e alimenta ressentimentos para o amanhã que custarão muito trabalho superar, por isso convidamos a todos a não incentivar a situação de crise, mas com serenidade de espírito e boa vontade, exercitar a escuta, a compreensão e a atitude de tolerância, que leve em consideração e respeite o outro para buscar juntos caminhos de uma solução justa e adequada”.

Por fim, os bispos pedem a intercessão da Virgem da Caridade, Rainha e Mãe de todos os cubanos. “Que faça da nação cubana uma casa de irmãos e irmãs, onde prevaleça a busca da verdade e do bem comum”.

Sobre os protestos

Os protestos tiveram início no domingo, 11, em San Antonio de los Baños, a 26 km da capital Havana. As manifestações se espalharam por várias cidades da ilha.

As redes sociais foram fundamentais tanto na convocação como na difusão das imagens dos protestos, o que levou o Governo cubano a interromper temporariamente o acesso à internet e a várias plataformas.

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