“Aprendamos de Nossa Senhora esta maneira de reagir: levantar-se, especialmente quando as dificuldades ameaçam nos esmagar”, disse Francisco no Angelus deste domingo, 19
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo, 19, com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração, o Santo Padre recordou que o Evangelho deste domingo, IV Domingo do Advento, narra a visita de Maria a Isabel.
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Segundo o Pontífice, ao receber “o anúncio do anjo, a Virgem não fica em casa, pensando no que aconteceu e considerando os problemas e imprevistos, que certamente não faltaram, porque a coitada não sabia o que fazer com aquela notícia, com a cultura daquela época. Pelo contrário, a primeira coisa que ela pensa é nos necessitados”.
“Em vez de ficar curvada sobre seus problemas”, sublinhou o Papa, Maria “pensou em Isabel sua parente em idade avançada e grávida, uma coisa estranha, milagrosa. Maria parte com generosidade, sem se deixar amedrontar pelo desconforto do trajeto, respondendo a um impulso interior que a chama a estar perto e ajudar. Uma longa estrada, quilômetros e quilômetros. Não havia ônibus naquela época. Ela foi a pé. Ela saiu para ajudar. Como? Partilhando a alegria.”
Levantar-se e caminhar às pressas
“Maria doa a Isabel a alegria de Jesus, a alegria que ela carregava em seu coração e no ventre. Vai até ela e proclama os seus sentimentos, e esta proclamação dos sentimentos passou depois a ser uma oração, o Magnificat que todos nós conhecemos. O texto diz que Nossa Senhora “se levantou e foi às pressas. Ela se levantou e foi.”
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Na última etapa do caminho do Advento, Francisco convida homens e mulheres a se deixarem guiar por estes dois verbos: “Levantar-se e caminhar às pressas. Estes são os dois movimentos que Maria fez e que nos convida a fazer em vista do Natal”.
Levantar-se
Primeiramente, levantar-se, sublinha o Papa. Depois do anúncio do anjo, o Pontífice lembra que se aproxima um período difícil para a Virgem: a gravidez inesperada a expôs a incompreensões, a punições severas, até mesmo à lapidação, na cultura daquele tempo. “Imaginemos quantos pensamentos e perturbações ela teve! No entanto, ela não desanimou, não se abateu, mas se levantou. Não olhou para baixo para seus problemas, mas para o alto, para Deus”.
“Não pensou em quem pedir ajuda, mas a quem levar ajuda. Sempre pensando nos outros: Maria é assim. Pensa nas necessidades dos outros. Ela fará o mesmo nas Bodas de Caná, quando vê que falta o vinho. É um problema dos outros, mas ela pensa nisso e procura encontrar uma solução. Maria pensa sempre nos outros, pensa em nós”, disse ainda o Papa.
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Deus está pronto para nos reerguer
O Santo Padre exorta os fiéis a aprenderem de Nossa Senhora esta maneira de reagir: “levantar-se, especialmente quando as dificuldades ameaçam nos esmagar. Levantar-se, para não ficar atolado nos problemas, afundando na autopiedade e caindo numa tristeza que nos paralisa. Olhando para dentro e ficando na tristeza. Mas, por que se levantar? Porque Deus é grande e está pronto para nos reerguer, se nós estendermos a mão a Ele”.
“Portanto, deixemos a Ele os pensamentos negativos, os medos que bloqueiam cada impulso e nos impedem de seguir em frente. E depois façamos como Maria: olhemos ao nosso redor e procuremos alguém a quem possamos ajudar! Conheço algum idoso a quem possa fazer um pouco de companhia, um serviço, uma gentileza, um telefonema? Cada um pense nisso. A quem posso ajudar? Eu me levanto e ajudo. Ajudando os outros, ajudaremos a nós mesmos a nos levantar das dificuldades”.
Caminhar às pressas
Na sequência, o Papa citou o segundo movimento de Maria: caminhar às pressas. Isto não significa proceder com agitação, de forma ofegante, não quer dizer isso, disse o Santo Padre. Trata-se de conduzir os dias com um passo alegre, olhando em frente com confiança, sem arrastar-se com má vontade, escravos das reclamações que arruínam muitas vidas. “A pessoa coloca aquilo dentro e reclama, reclama. As reclamações levam a procurar sempre alguém a quem culpar”, alerta.
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“A caminho da casa de Isabel, Maria prossegue com o passo rápido de alguém cujo coração e vida estão cheios de Deus, cheios de sua alegria. Então nos perguntemos: como está meu “passo”? Sou ativo ou fico na melancolia, na tristeza? Sigo em frente com esperança ou paro para sentir pena de mim mesmo? Se continuamos com o passo cansado de resmungo e fofoca, não levaremos Deus a ninguém. Levaremos somente amargura e coisas obscuras. Em vez disso, é tão bom cultivar um humor saudável, como fez, por exemplo, São Tomás Moro ou São Filipe Neri. Peçamos esta graça, a graça do humor saudável. Faz muito bem”, disse o Papa, convidando a não nos esquecer “que o primeiro ato de caridade que podemos fazer ao nosso próximo é oferecer-lhe um rosto sereno e sorridente. É levar a ele a alegria de Jesus, como Maria fez com Isabel”.
Por fim, o Pontífice rogou para que a Mãe de Deus pegue homens e mulheres pela mão, e os ajude a se levantar e a caminhar às pressas para o Natal. O Papa, concedeu a todos a sua bênção apostólica.