X Econtro Mundial das Famílias

“Devemos convidar Deus para entrar nas nossas casas”, frisa casal

No primeiro dia de Conferências do X Encontro Mundial das Famílias, Cardel Farrel e os conferencistas americanos contribuíram com reflexões acerca do  projeto de Deus para a vida de cada membro das famílias

Ronnaldh Oliveira
Da Redação

Primeira palestra do dia Intitulada “Igreja Doméstica e Sinodalidade” / Foto: Joyce Silveira

As atividades do segundo dia do X Encontro Mundial das Famílias começaram com a celebração da Santa Missa na Basílica de São Pedro. A celebração foi presidida pelo Carmelengo da Câmara Apostólica e atual prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, Cardeal Kevin Joseph Farrell. Logo após, o casal americano Gregory e Lisa Popcak protagonizaram a primeira conferência do dia, intitulada “Igreja Doméstica e Sinodalidade”.

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O que João Batista nos ensina hoje

No dia em que a Igreja celebra a Natividade de São João Batista, o Cardeal Farrell, em três rápidos pontos, apresentou o Precursor do Salvador como um grande exemplo para as famílias de hoje.

O Cardeal pontuou que João Batista viveu em um momento de transição entre profetas do Antigo e do Novo Testamento, sabendo incorporar a tradição dos Antigos Profetas com a Antecipação do Novo Ministério dos Discípulos de Jesus. E assim, afirmou que a missão de cada família hoje, em uma sociedade que costumeiramente gosta de apagar o passado, criando barreiras e isolamentos entre jovens e idosos, é ser pontes entre as diferentes épocas.

“Cada família deve ser capaz de transmitir, de geração em geração, as tradições culturais e religiosas que receberam de seus pais e avós. Ao mesmo tempo em que as famílias se abrem ao futuro através da energia e dos sonhos de seus filhos, os pais devem manter o passado e presente juntos se complementando e se enriquecendo mutuamente, em um clima de acolhimento e alegria onde não há separação ou ruptura”, afirmou o cardeal.

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O Carmelengo apontou que João Batista tornou-se para seus pais humilhados pela sociedade da época sinais de esperança e de vida. “Muitas famílias, hoje, sofrem de humilhações, sofrimentos, tristezas e desânimos. Esses momentos de dor podem gerar e afetar a vida dos cônjuges, chegando até a educação dos filhos. Mesmo diante da esterilidade de nossa existência, mesmo diante daquelas situações que parecem demais, Deus sempre pode intervir, assim como ele fez com Zacharias e Isabel. Deus nos convida a abrir-nos com esperança a algo inesperado. As famílias não podem perder a esperança.”

Por fim, Farrell recordou que Batista foi sinal da sacralidade da vida, desde sua concepção. “Deus tinha um projeto de salvação a ele, desde que estava no ventre de Isabel”. Com isso, exortou todas as famílias a serem guardiãs da sacralidade da vida desde sua concepção até a morte natural. “Deus tem sempre um plano de bondade e santidade para cada pessoa, cada criança. São chamados a serem os santos de amanhã, a transformarem a realidade em um mundo de mais amor, ternura e união, finalizou”.

A Primeira Conferência

O casal americano Gregory e Lisa Popcak conduziram a primeira palestra do evento. Fundadores da pastoral do telecoussiling – um serviço de escuta telefônica das realidades familiares – eles afirmam que as vocações familiares são variadas e cada vez mais as comunidades eclesiais precisam estabelecer um itinerário de acompanhamento adequado para todos aqueles que chegam na “casa aberta do Pai” que deve ser a Igreja. 

Assista na íntegra: 

“A Família fundada sobre o Sacramento do Matrimônio deve perceber a vocação em cada membro da família, colocando Cristo no centro de cada relação cotidiana. Precisamos, cada vez mais, perceber quais são as questões existenciais mais dramáticas hoje para as nossas famílias, propondo-nos como comunidade de fé a cuidar e acompanhar para que sejam capazes de realizarem um profundo e significativo discernimento. Unir-se às famílias é ser sinodal”, afirma Lisa.

Introduzindo a temática da santidade, recordaram que o Concílio Vaticano II afirma que a santidade é para todos, começando dentro de cada beco familiar.

Igreja Doméstica

“Precisamos olhar e aprender a viver a Igreja dentro de nossas famílias. A Igreja doméstica deve ser uma verdade ativa na missão das comunidades eclesiais”, disse Gregory.

Igreja Doméstica tem como conceito a unidade de pessoas a Deus, por meio de expressivos laços de amor sacramental. “Quando uma família luta por viver isso, acreditando nessa definição, começa a viver a Liturgia da Igreja Doméstica que são milhares de gestos concretos e reais”, explicou Lisa.

“As famílias, nesta liturgia da vida cotidiana, devem educar-se ao convívio mútuo. Aprender a investir tempo uns com os outros, criando comunhão entre si, mantendo relacionamentos entre si. A grade chave é o diálogo. As famílias precisam conversar. Devemos criar o hábito de convidar Deus para entrar nas suas casas”, disse Gregory. 

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