Crise hídrica

Segundo consórcio, nível de água no Sistema Cantareira é preocupante

Informação foi divulgada pelo consórcio que cuida das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que desembocam no Sistema Cantareira

Da redação, com Agência Brasil

Segundo Consórcio PCJ, ainda precisa haver chuvas periódicas para que não haja desabastecimento em SP / Foto: Sabesp

De acordo com o Consórcio PCJ, associação intermunicipal que cuida das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o conhecido Sistema Cantareira, o nível de água nestas bacias é atualmente muito semelhante ao de 2013, ano anterior à crise hídrica no estado.

Parte do terceiro parque industrial do Brasil, a Bacia PCJ tem uma importância muito grande, diz o secretário-executivo do Consórcio PCJ, Francisco Carlos Castro Lahóz. “E é das nascentes do Rio Piracicaba que se promove o abastecimento de cerca de 50% da região metropolitana de São Paulo”, acrescentou Lahóz. O Consórcio PCJ, primeiro organismo de bacias, criado em 1989, para gerenciamento dos recursos hídricos, participa do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

O volume de armazenamento de água no Cantareira, segundo Lahóz, está muito próximo hoje do de 2013, ano anterior ao da crise. “Quando adentramos de 2013 a 2014, o Sistema Cantareira estava com 30% de sua capacidade. De 2017 para 2018, estamos com aproximadamente 40%. Pelo acumulado de precipitações abaixo da média histórica e pelo acumulado da falta de reposição do lençol freático, temos uma situação hoje, no Sistema Cantareira, de 43% [de volume de armazenamento]m quando o desejado seria que ele estivesse acima de 70%.”

Com este volume, o Cantareira se encontra hoje na faixa 2, que denota atenção para desabastecimento. “A próxima faixa é a 3, de alerta. E estamos muito mais próximos da de alerta que da normal”, disse Lahoz.

Chuvas ainda são necessárias

Com o atual volume em que se encontram as bacias atualmente, as chuvas deste início de ano precisam ser mais consistentes, pois só assim a população não enfrentará problemas com o abastecimento de água. Mas as chances deste desabastecimento ocorrer são grandes, pois já é esperado para este ano mais uma ocorrência do fenômeno La Niña, o que pode significar fortes secas na Região Sudeste.

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O problema é que, desde 2012, as chuvas estão ocorrendo abaixo das médias históricas. Além disso, os lençóis freáticos ainda não se recuperaram da escassez dos últimos anos. “Entre 2015 e 2016, as chuvas foram de grande intensidade e de curta duração [o que aumentou a média histórica anual de precipitações, mas o subsolo não consegue absorver essa água], e o lençol freático não foi carregado suficientemente. Em 2014, perdemos aproximadamente 75% das nossas nascentes, que garantem os cursos de água. E não conseguimos recuperar essa perda”, afirmou o secretário executivo do Consórcio PCJ.

O alerta feito no relatório, destacou Lahóz, não é apenas para as bacias PCJ, mas para toda a Região Sudeste. “Não fazemos este alerta com foco nas bacias PCJ. Fizemos todos esses estudos pensando na Região Sudeste e no Brasil, porque todo esse comportamento que avaliamos para o PCJ se encaixa perfeitamente na Região Sudeste brasileira. Não se consegue fazer uma análise climática com a bacia hidrográfica de 15,4 mil quilômetros quadrados.

Fenômenos como El Niño e La Niña ocorrem em uma proporção de área muito maior que essa e envolve oceanos e continentes. Então, quando se faz essa análise, não se faz em uma bacia hidrográfica, mas para uma região ”, disse.

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