Após 11 anos de restauros

Basílica velha de Aparecida será reinaugurada após restauração

Restauração durou 11 anos e recuperou a arquitetura barroca da Matriz, original de sua inauguração em 1888

Da redação, com A12

Fachada da matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como Basílica velha / Foto: Thiago Leon - A12

Fachada da matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como Basílica velha / Foto: Thiago Leon – A12

A Matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida, conhecida como Basílica velha, será oficialmente reinaugurada na próxima segunda-feira, 2, com uma Missa às 18h15. Na celebração o órgão da basílica será tocado pelo Maestro Sérgio Militello, organista da Capela Sistina, do Vaticano.

O restauro, que durou 11 anos e não interrompeu as atividades do local no período, recuperou a arquitetura barroca da Matriz como em sua inauguração em 1888.

A restauração estrutural e artística da Basílica Velha, como também é conhecida, foi uma iniciativa do Santuário Nacional. A realização contou com a coordenação da restauradora Cláudia Rangel que, com sua equipe, trabalhou na recuperação de detalhes internos e externos da igreja.

Andamento da reforma

O início dos trabalhos foi em fevereiro de 2004, a partir da Capela do Santíssimo. Naquele mesmo ano as atividades também focaram nas janelas de madeira, que foram todas recuperadas, e nas peças de mármore do presbitério e do altar.

Durante os anos seguintes, um planejamento contemplou a restauração de cada parte da Matriz Basílica, de piso a telhado, passando pelas características específicas de cada parede, tudo recebeu atenção dos restauradores.

Ao longo desta década, muitos detalhes originais foram recuperados, alguns até então apagados pelas várias camadas de pintura que as paredes receberam, sem qualquer critério, no último século. Foram encontradas sete camadas de tinta, ao todo, nas paredes.

Na área sobre o altar os restauradores recuperaram uma pintura datada de 1904 que traz uma coroa circundada por dois anjos e ornamentada com uma guirlanda e uma flâmula, que traz a inscrição ‘Ave Maria’. Na tribuna leste do presbitério uma pintura do Espírito Santo também foi redescoberta.

Algumas intervenções, que ao longo dos anos contribuíram para a descaracterização do monumento, como a que substituiu todo o madeiramento original do teto por compensado, foram revertidas. Na área externa, as obras duraram um ano.

A finalização interna do restauro se deu mais recentemente, com trabalhos na área do coro, da tribuna leste do presbitério e das tribunas da nave central. Estas duas últimas áreas ainda devem receber alguns detalhes finais após a reinauguração.

A área do coro, que teve seu assoalho trocado e uma readequação de suas paredes, traz um dos destaques do processo de restauração. Um órgão de tubos, originário da Alemanha, foi totalmente reconstruído, voltando a estar apto a ser usado.

História

Com obras iniciadas em 1845 e concluídas em 1888, a igreja recebeu do Vaticano, em 1908, o título de Basílica de Aparecida. Em 1982, foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), como monumento de interesse histórico, religioso e arquitetônico.

A Imagem de Nossa Senhora Aparecida, encontrada no Rio Paraíba do Sul, ficou na Matriz Basílica até 1982, quando foi transferida em definitivo para a nova Basílica do Santuário Nacional.

Confira reportagem de Camila Morais

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