Homilia

Monsenhor Jonas Abib aos 83 anos: “Quero viver bem, para bem morrer”

Fundador da comunidade Canção Nova presidiu neste sábado, 21, uma missa em ação de graças pelo seu 83º aniversário de vida

Da redação

Monsenhor Jonas Abib durante homilia da missa deste sábado, 21/ Foto: Reprodução – TV Canção Nova

“Estou contente com cada pessoa que veio para festejar junto comigo. O mais importante é festejarmos juntos”. Assim, Monsenhor Jonas Abib iniciou a celebração eucarística que presidiu neste sábado, 21, dia em que completa 83 anos de vida, no Santuário do Pai das Misericórdias em Cachoeira Paulista (SP). Em sua homilia, o fundador da comunidade Canção Nova frisou: “A liturgia de hoje vem nos dizer esta grande realidade: o Senhor está no meio de nós”.

Monsenhor Jonas afirmou que Deus está sempre com a humanidade, independentemente se as coisas vão bem ou vão mal. O sacerdote destacou que é preciso fazer uso desta presença buscando auxílio no Senhor. “Quando estamos bem devemos irradiar Deus porque Ele está conosco. (…) Tanta gente precisa de Cristo e nós podemos irradiar Ele na nossa maneira de ser, de cumprimentar as pessoas e fazer coisas”, frisou.

A Anunciação de Maria foi recordada por Monsenhor Jonas. Segundo o fundador da Canção Nova, uma das coisas que o Anjo Gabriel disse a Maria foi que Isabel, sua prima, estava no sexto mês de gravidez. A gestação de Isabel era algo impossível e este fato foi importante para Maria. “Este fato é importante para nós também, pois é uma grande verdade, já que para Deus nada é impossível”, sublinhou.

“Para nós também, nada é impossível. Olhando para a minha vida, quantos impossíveis Deus realizou desde o meu nascimento. Também a minha ordenação era algo impossível”, lembrou Monsenhor Jonas. O sacerdote recordou que no tempo que esteve no seminário enfrentou uma doença desconhecida que fez com que ele, no último ano do curso de teologia, tivesse que protelar sua ordenação.

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Segundo o fundador da Canção Nova, durante sua doença, questionou Deus sobre sua ordenação. “Eu não sabia, mas Deus reservava para mim uma coisa maravilhosa”. Durante o período de recuperação da doença, Monsenhor Jonas se instalou na casa da congregação salesiana de Lorena (SP). Neste período, o sacerdote afirma ter tido o seu primeiro encontro pessoal com Jesus. “Aconteceu sozinho, em um quarto”, recordou. Depois deste dia, monsenhor Jonas conta que procurou seu inspetor para pedir por sua ordenação.

“Ele respondeu que se eu passasse nas provas poderia ser ordenado”, comentou. Monsenhor Jonas conta que foi aprovado e no dia 8 de dezembro recebeu o sacramento da ordem. “Quando fui ordenado esqueci de tomar os remédios. Depois continuei esquecendo, até que percebi que eu estava bem e assim continuei. (…) Aquele meu encontro pessoal com Cristo não só me fez encontrá-lo, como me fez voltar para o seminário e ter minha doença curada. Ninguém foi capaz de dizer o que aconteceu comigo e com aquela doença, mas eu digo para você: para Deus nada é impossível!”.

Somente com Deus é possível enfrentar doenças, superar o luto, o desemprego, as drogas, revelou Monsenhor Jonas. “Tudo é possível pela oração”, foi outra frase citada pelo sacerdote como importante. O fundador da Canção Nova prosseguiu relembrando a saudação de Maria. “Diz a palavra de Deus que quando Isabel ouviu a saudação de Maria a criança pulou em seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. A coisa mais importante para Isabel foi isso: ela ficou cheia do Espírito Santo”.

“A linda trajetória de Jesus nasce de Maria. Tudo que Ele fez até a salvação da humanidade, tudo começou na casa de Isabel. As gerações a chamaram de bendita e continuamos a chamar de bendita porque ela leva tudo a Deus”, refletiu.

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O fundador da Canção Nova falou sobre a gravidez de sua mãe e as dificuldades que ela enfrentou durante seu parto. De acordo com Monsenhor Jonas, as parteiras e o médico encontraram dificuldades. “Eles fizeram tudo que podiam, mas não conseguiam, até que o médico pediu que a minha mãe fosse salva porque eu já não tinha mais possibilidade de viver. Eu era o primeiro filho, o primeiro neto”, lembrou. Neste momento, o sacerdote recorda que sua mãe rogou a São João Bosco e foi então que o parto aconteceu.

Outro episódio relembrado por Monsenhor Jonas foi quando ele, ainda criança, afirmou que gostaria de ser padre. A situação aconteceu no colégio católico onde estudava, durante a visita da madre superiora. “Ela [superiora] disse para as irmãs cuidarem de mim porque eu tinha algo de especial. As irmãs cuidaram e eu não percebei”. O sacerdote conta que tanto sua mãe, quanto as religiosas não contaram as duas histórias até o dia de sua ordenação. “As questionei o porquê delas não me contarem e elas responderam que não queriam interferir na minha vocação”.

“Hoje sou padre, faço 83 anos. Eu que tinha todo o risco de não nascer. Tudo isso por causa do Espírito Santo, que eu não conhecia. Conhecia do catecismo, mas ele já agia na minha vida”, testemunhou. O sacerdote recordou que fez uma experiência de oração com padre Haroldo Rahm que mudou sua vida de oração:

“Ele [padre Haroldo] impôs as mãos sobre os padres que queriam receber os dons do Espírito Santo. Na hora não senti nada, mas depois rezei como nunca tinha rezado em minha vida. (…) Corri esse Brasil, fui a muitas nações por obra do Espírito Santo. Tenho certeza que como padre Haroldo morreu com 100 anos, o Espírito Santo vai multiplicar meus anos de vida, os anos daquele menino que não tinha condições de nascer. Não ponho limites para Deus. Quero viver bem, para bem morrer. Como foi o Espírito que fez tanto na minha vida, quero que ele também faça na sua vida”, concluiu.

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