Proteção aos menores

Igreja no Brasil registra avanço na escuta das vítimas de abuso sexual

Os avanços do projeto- piloto implementado no Brasil serão apresentados por Nelson Giovanelli, durante a plenária da Pontifícia Comissão de Proteção aos Menores

Da Redação, com Vatican News

A Pontifícia Comissão de Proteção aos Menores se reúne a partir desta sexta-feira, 13, no Vaticano, para uma Plenária. A Comissão foi criada pelo Papa Francisco em 2015 com três finalidades principais: a escuta das vítimas, elaboração de diretrizes para o enfrentamento dos casos e prevenção nos seminários do mundo inteiro.

No encontro, que terá a duração de três dias, um dos temas em debate será o acompanhamento dos projetos-piloto que foram implementados em três países: Brasil, Filipinas e Zâmbia. Trata-se de um Conselho Consultivo que reúne nesses três países vítimas de abusos, com o objetivo de ouvir as pessoas que sofreram atos abusivos e, a partir desta experiência, compreender o melhor método para lidar com os casos.

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Os avanços do projeto no Brasil serão apresentados pelo cofundador da Fazenda da Esperança, Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos, o único representante brasileiro na Pontifícia Comissão.

Em entrevista ao Vatican News, Nelson falou do andamento dos trabalhos realizados no projeto que completa um ano. “Nós criamos um ambiente favorável para que a pessoa possa se abrir e este é o primeiro passo para a cura das feridas: falar. Quando alguém tem a coragem de falar permite que essa ferida que está aberta há muito tempo comece a passar por um processo de cicatrização. Desde que receba também um acompanhamento espiritual e psicológico”, afirmou.

Cuidado na abordagem

Nelson alertou para os riscos de retraumatização caso a abordagem com a vítima seja falha, e isso pode acontecer quando a pessoa é constrangida ao silêncio. Portanto, no projeto elas são ajudadas a enfrentar a própria história quando têm oportunidade de falar.

“A ferida não desaparece, é uma marca que fica pra sempre, mas quando se inicia um processo de perdoar e ajudar aos outros , pela nossa experiência, pode se acreditar num equilíbrio emocional e psicológico, como é caso dessas vítimas que estão participando desse projeto que nós começamos no Brasil”, conta.

O trabalho é desenvolvido em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e o primeiro contato foi durante um seminário que ocorreu antes da Assembleia Geral dos Bispos, realizada em abril deste ano. O cofundador conta que a nova presidência, representada pelo arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, já inseriu o programa de enfrentamento de crise no Brasil.

 

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