Igreja celebra dia de Dom Bosco nesta quarta-feira, 31; saiba sua importância e exemplo para a juventude
Julia Beck
Da redação
“Dom Bosco era presente e atuante. Ele nunca desistiu, abandonou e deixou de cuidar, zelar e acompanhar a juventude de sua época, e deixou para nós esta missão”. Com estas palavras, o fundador da Obra Social Dom Bosco de Itaquera, São Paulo, padre Rosalvino Morán Viñayo, recordou o dia de São João Bosco, santo italiano comemorado nesta quarta-feira, 31. “Dom Bosco é um grande exemplo para a juventude”, comentou.
Para o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Vilson Basso, é importante destacar nesta data o amor especial do santo pela juventude e a atenção dedicada a ela, motivo pelo qual Dom Bosco foi declarado por São João Paulo II, no centenário de sua morte – Dom Bosco faleceu em 31 de janeiro de 1898 —, Pai e Mestre da juventude. “Dos ensinamentos de Dom Bosco, o que mais me marca é uma de suas falas, que diz (…): ‘Não existe jovem ou criança tão deteriorada, tão estragada, que se uma mão amiga a ela for estendida, não possa vir a ser um excelente cidadão e bom cristão”, comentou padre Rosalvino.
O santo italiano é fundador da comunidade salesiana, presente em 132 países, e que tem como projeto apostólico ser na Igreja sinal do amor de Deus aos jovens, especialmente aos mais pobres. A escolha de Dom Bosco pela juventude aconteceu em sonho — conhecido como “sonho dos nove anos” —, quando, diante de uma briga entre jovens desordeiros, ao impedi-los, o pequeno João Bosco usou da violência. “Nessa confusão, ele ouviu: ‘Bosco, Bosco, não é com pancadas, mas com amor e com carinho que você poderá resgatar essa juventude e essa infância que vive no abandono’. Era a voz de Jesus Cristo”, contou o padre salesiano.
A dedicação de Dom Bosco para guardar, orientar, proteger e conduzir a juventude do seu tempo foi e deve ser, segundo padre Rosalvino, aprendida e vivenciada pela Igreja. “Somos muito ricos em palavras, mas acho que hoje é necessário principalmente as atitudes, é estarmos juntos, estarmos presentes onde essa juventude se reúne, se encontra, joga, dança e se diverte. É um grande desafio!”, comentou o sacerdote, que afirmou que quem não cuida da juventude não terá nem presente, nem futuro.
“A Igreja terá um grande futuro se ela cuidar, se ela se debruçar para ouvir e fazer com que essa juventude deixe certos lugares, certos espaços onde ela se corrompe, onde ela se autodestrói, então é necessário estarmos presentes. A presença é o que define a pedagogia de Dom Bosco, estar no meio, participar, se interessar por aquilo que o jovem se interessa, por aquilo que o jovem gosta, por aquilo que o jovem ama”, apontou padre Rosalvino, ao comentar sobre os desafios enfrentados pela Igreja na relação atual com a juventude.
Sínodo dos Jovens
Buscar caminhos e rumos para auxiliar no protagonismo da juventude na atualidade é, de acordo com o padre Rosalvino, um dos objetivos do Sínodo dos Jovens que acontecerá neste ano de 2018.
Para Dom Vilson, é preciso olhar a juventude com amor, e por meio deste amor e do Sínodo, incentivá-la a realizar uma experiência com Deus e responder: “Eis-me aqui Senhor!”. “A juventude é sensível e quer as coisas melhores, (…) então essa experiência de Deus, essa experiência com Jesus, faz a juventude responder positivamente e ser protagonista da Igreja e da sociedade, e ser sal e luz, fermento na massa. Essa é a expectativa para a preparação e realização deste Sínodo Episcopal”, contou o bispo.
O encontro com Cristo foi, segundo o presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, o que mudou a vida de Dom Bosco, e de tantos santos e santas, e de tantas pessoas. “É este pensamento que o Papa Francisco tem ao anunciar o Sínodo dos Jovens: que a Igreja favoreça o encontro dos jovens com Jesus Cristo”, comentou Dom Vilson, que citou ainda a frase do Papa Francisco aos jovens na Jornada Mundial da Juventude de 2013, que aconteceu no Rio de Janeiro: “A juventude é a janela para o futuro”.
Como seguidor de Dom Bosco, padre Rosalvino reafirmou sua preocupação de estar junto, estar presente e convivendo com a juventude nos mais diferentes momentos da vida, tanto no início— na infância —, como na juventude, e se mostrou esperançoso quanto às possíveis linhas de ação, rumos e caminhos que o Sínodo dos Jovens trará à Igreja. “Neste Sínodo, que escutemos o grito da Igreja e do Papa Francisco – essa grande figura do nosso mundo católico —, (…) e lembremos, que quem não tiver a juventude por perto, ou próxima, não é seguidor de Dom Bosco”, alertou padre Rosalvino.
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Após o período de consulta pública em todos os países, inclusive no Brasil – onde os jovens das dioceses, prelazias e arquidioceses do país participaram enviando suas respostas – a CNBB realizou uma síntese da participação brasileira na preparação para o Sínodo, que foi posteriormente enviada à Secretaria do Sínodo em Roma. “Muitas ideias bonitas e muitos clamores”, contou o bispo.
“Este Sínodo trará, sempre na força do Espírito Santo de Deus, luzes inspirações e caminhos para que a Igreja continue olhando pela juventude e fazendo dela protagonista, e uma força para a Igreja e a para a sociedade”, concluiu Dom Vilson.