Com encerramento do Ano da Misericórdia, fiéis são enviados ao mundo para falar da misericórdia de Deus, diz Dom Murilo
Jéssica Marçal
Da Redação
O Ano da Misericórdia termina neste domingo, 20, quando o Papa Francisco vai fechar a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Foi um Ano de várias iniciativas em todo o mundo voltadas a estimular as obras de misericórdia e a levar os fiéis a fazer experiência com a misericórdia de Deus.
O grande símbolo do Jubileu foi a abertura da Porta Santa e para esse Ano em especial o Papa Francisco quis que ela fosse aberta em todas as dioceses do mundo, como forma de ampliar a possibilidade aos fiéis de passarem pela Porta Santa. (Confira Portas da Misericórdia que foram abertas no Brasil)
O vice-presidente da CNBB, Dom Murilo Krieger, diz que há dois balanços desse Ano Santo: um visível, que diz respeito a dados, números e fatos que aconteceram ao longo de todo o Ano. O outro balanço é invisível, que é o resultado nos corações das pessoas. “Aí só o Espírito Santo é capaz de dizer quantas experiências de amor de Deus, quantas pessoas reconciliadas com Deus, com a Igreja, consigo mesma, quantas pessoas adquiriram a paz que é fruto da experiência da misericórdia de Deus”.
No Brasil, em todas as 275 dioceses foi aberta pelo menos uma Porta da Misericórdia e é incontável o número de fiéis que puderam fazer essa experiência. Só no Vaticano, a estimativa de peregrinos ultrapassou os 18 milhões, números que, segundo Dom Murilo, impressionam, mas mostram, na verdade, como as pessoas se identificaram com o convite feito por Jesus, que é a verdadeira Porta.
“Passar pela Porta da Misericórdia, na verdade, é passar pelo coração de Cristo, conhecer a sua intimidade, o seu amor, Ele que é a mais forte manifestação da misericórdia do Pai”.
Ouça: Podcast com Dom Murilo
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Daqui pra frente
O Jubileu instituído pelo Papa Francisco chega ao fim, mas não termina aqui o convite às obras de misericórdia e à relação misericordiosa com Deus. Dom Murilo lembra que a misericórdia é da essência do Evangelho, então o que o Papa quis foi colocar isso em destaque.
“O Papa chamou a atenção e eu acredito que, na Igreja, essa dimensão da misericórdia, proclamada de forma tão bela por Jesus na parábola do filho pródigo, do pastor que perde a ovelha e vai atrás dela, essa experiência da misericórdia ficará mais profundamente marcada no coração da Igreja e de todos os fiéis”.
O legado que fica, segundo o arcebispo, é que nunca se deve ter medo de Deus, pois Ele está sempre pronto a acolher. “Como diz o Papa, Deus nunca se cansa de perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão”.
Com a Porta Santa que se fecha, Dom Murilo diz que os fiéis são enviados ao mundo para falar da misericórdia de Deus. “Entramos na Igreja para experimentar misericórdia, agora saímos da Igreja para dizer ao mundo o quanto Deus nos ama, ou então, como disse Jesus, tanto Deus amou ao mundo que lhe deu seu Filho único”.