Na Audiência Geral de 20 de setembro, o Papa lançou um apelo por esforços para que fossem “encontradas soluções pacíficas, pelo bem das pessoas”
Da redação, com Vatican News
Sinal que traz esperança: foi bem recebida por Francisco pela anunciada troca de prisioneiros entre Armênia e Azerbaijão:
Congratulo-me com a libertação de um número significativo de prisioneiros armênios e azeris. Vejo com grande esperança para este sinal positivo para as relações entre a Armênia e o Azerbaijão, para a paz no Sul do Cáucaso, e encorajo as partes e os seus líderes a concluir o quanto antes o Tratado de paz.
De fato, em uma declaração conjunta divulgada na quinta-feira, 8 de dezembro, Armênia e Azerbaijão concordam em trocar prisioneiros de guerra e trabalhar para assinar um tratado de paz.
Os dois países, diz no texto, “partilham a visão de que existe uma oportunidade histórica de alcançar uma paz há muito esperada”. Afirmaram ainda que pretendem “normalizar as relações e alcançar o tratado de paz com base no respeito pelos princípios da soberania e da integridade territorial”.
O Azerbaijão disse que libertaria 32 militares armênios capturados, enquanto a Armênia libertaria dois soldados azerIS. Os dois países afirmaram que continuarão as discussões “sobre a implementação de mais medidas de criação de confiança” e apelaram à comunidade internacional por apoio “que contribuirá para a construção de confiança mútua entre dois países”.
Como parte do acordo, a Armênia concordou em levantar as suas objeções ao Azerbaijão acolher a conferência internacional do próximo ano sobre as alterações climáticas. A declaração conjunta afirma que “a República da Armênia apoia a candidatura da República do Azerbaijão para sediar a 29ª Sessão da Conferência das Partes (COP29) na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, retirando a sua própria candidatura”.
O acordo, considerado um “grande avanço”, foi saudado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, bem como pelos Estados Unidos, que afirmou que a troca de prisioneiros de guerra era uma “medida importante de construção de confiança enquanto os lados trabalham para finalizar um acordo de paz e normalizar as relações”.
O Azerbaijão empreendeu uma campanha militar relâmpago em setembro na região separatista de Nagorno-Karabakh. A ofensiva pôs fim a três décadas de domínio de etnia armênia e resultou na fuga da grande maioria dos 120 mil residentes da região, que é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão.