Carisma da unidade

Papa saúda Focolares por seus 80 anos: sejam construtores de paz

Papa Francisco recebeu hoje em audiência membros do Movimento dos Focolares por ocasião dos 80 anos de fundação

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

A fundadora dos Focolares, Chiara Lubich / Foto: Assessoria de Imprensa dos Focolares

Um encorajamento na caminhada de um movimento que há oito décadas semeia o carisma da unidade. Nesta quinta-feira, 7, o Papa Francisco recebeu em audiência membros do Movimento dos Focolares por ocasião dos 80 anos de fundação.

Francisco saudou os presentes e agradeceu por terem ido a Roma nesta celebração dos 80 anos. Ele lembrou que a data coincide com o dia em que a Serva de Deus Chiara Lubich, fundadora do movimento, decidiu consagrar-se totalmente ao Senhor.

“De uma inspiração recebida em um contexto de vida absolutamente ordinário – enquanto ia fazer compras para a família – surgiu um ato radical de doação a Deus, como resposta ao seu chamado que tinha sentido doce e forte no coração”.

Isso tudo aconteceu em 1943, na vigília da Solenidade da Imaculada, pontuou o Santo Padre. O “sim” de Maria tornou o “sim” de Chiara, gerando uma onda de espiritualidade que se propagou em todo o mundo, para dizer a todos que é belo viver o Evangelho com uma simples palavra: unidade. “Mas unidade diz também de harmonia: unidade harmônica”.

Os frutos dessas oito décadas

Segundo Francisco, nesses 80 anos o movimento pôde ressoar esta mensagem em meio aos jovens, comunidades, famílias, consagrados, padres e bispos. Também em diversos ambientes sociais: do mundo da escola ao da economia, do da arte ao da cultura, em particular no âmbito do ecumenismo e do diálogo inter-religioso.

“Vocês foram, assim, instrumento ativo de um grande florescer de obras, de iniciativas, de projetos e sobretudo de ‘renascimentos’, de conversões, de vocações, de vidas doadas a Cristo e aos irmãos. Por tudo isso hoje queremos dar graças a Deus”.

Maturidade eclesial, fidelidade ao carisma e paz

Francisco recordou ainda aos presentes o discurso que ele fez à Assembleia Geral do Movimento em fevereiro de 2021. Na ocasião, destacou três atitudes importantes para o caminho dos focolarinos e hoje recordou para encorajá-los na vivência dessa trajetória segundo três linhas: a maturidade eclesial, a fidelidade ao carisma e o empenho pela paz.

Sobre a maturidade eclesial, o convite do Papa é para que trabalhem para que se realize sempre mais o sonho de uma Igreja plenamente sinodal e missionária. Ele indicou que comecem pelas comunidades, favorecendo a participação e corresponsabilidade.

Em se tratando da fidelidade ao carisma, o Pontífice recordou algumas palavras da fundadora Chiara Lubich, sobre semear sempre o Evangelho, pois assim o ideal da unidade sempre permanecerá.

Por fim, se concentrou no empenho pela paz, hoje tão importante. Ainda hoje, recordou, o mundo está dilacerado por muitos conflitos e continua a precisar de artesãos de fraternidade e de paz entre os homens e entre as nações. E aqui, novamente, o Papa recordou as indicações da fundadora do Movimento dos Focolares: ser amor e difundi-lo. “Sabemos que somente do amor nasce o fruto da paz. Por isso, peço que vocês sejam testemunhas e construtores da paz que Cristo alcançou com a sua cruz, derrotando a inimizade”.

O convite à vigilância

Antes de concluir seu discurso, o Santo Padre deixou aos presentes um convite apropriado neste tempo do Advento: à vigilância. Ele alertou sobre o perigo da mundanidade espiritual, diante do qual é preciso reagir com decisão, coerência e realismo.

“Lembremos que a incoerência entre o que dizemos ser e aquilo que somos realmente é o pior anti-testemunho. A incoerência. Por favor, estejam atentos. E o remédio é sempre voltar ao Evangelho, raiz da nossa fé e da vossa história: ao Evangelho da humildade, do serviço desinteressado, da simplicidade”.

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