Vaticano

Papa Francisco aceita demissão do comandante da Guarda Vaticana

Pedido foi realizado após difusão ilícita de comunicado assinado pelo chefe da Gendarmaria Vaticana sobre a suspensão preventiva de alguns funcionários do Vaticano 

Da Redação, com Vatican News

Domenico Giani caminha ao lado do Papa Francisco durante visita à Ariccia. / Foto: REUTERS/Tony Gentile

A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, nesta segunda-feira, 14, o pedido de demissão do Comandante do Corpo da Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano, Domenico Giani. O pedido foi realizado após difusão ilícita de um comunicado assinado pelo chefe da Gendarmaria Vaticana sobre a suspensão preventiva do serviço de alguns funcionários da Santa Sé.

Segundo comunicado, Domenico Giani colocou o seu mandato nas mãos do Santo Padre, em espírito de amor e fidelidade à Igreja e ao Sucessor de Pedro. O comandante tomou essa decisão “ainda que não tenha qualquer responsabilidade subjectiva no episódio” da difusão por parte de alguns órgãos de imprensa, no último dia 2 de outubro, de “uma Disposição de Serviço confidencial, assinada pelo Comandante do Corpo da Gendarmaria”, relativa aos “efeitos de algumas limitações administrativas dispostas ao pessoal da Santa Sé”. Uma publicação – sublinha-se – “muito prejudicial seja para a dignidade das pessoas envolvidas, seja para a própria imagem da Gendarmaria”.

Com a sua demissão, Domenico Giani pretende “garantir a serenidade para a continuação das investigações coordenadas pelo Promotor de Justiça e realizadas pelo pessoal do Corpo, uma vez que, até o momento, não foi identificado o autor da divulgação da Disposição de serviço”, na qual também foram relatadas as fotos das pessoas envolvidas, e que era dirigida exclusivamente aos membros do Corpo da Gendarmaria e da Guarda Suíça Pontifícia.

“Ao aceitar a sua demissão, o Santo Padre falou longamente com o Comandante Giani e lhe expressou seu apreço por esse gesto, reconhecendo nele uma expressão de liberdade e sensibilidade institucional, que o honra como pessoa e o seu serviço prestado com humildade e discrição ao Ministério Petrino e à Santa Sé”, destaca o comunicado.

Papa Francisco também quis recordar os seus 20 anos de indiscutível fidelidade e lealdade, e sublinhou que, interpretando da melhor maneira o seu próprio estilo de testemunho em todas as partes do mundo, o Comandante Giani foi capaz de construir e assegurar em torno do Papa um clima constante de naturalidade e segurança.

Ao saudar o comandante Domenico Giani, o Santo Padre agradeceu-lhe também pelo alto nível de competência demonstrado na execução dos muitos e delicados serviços, também em âmbito internacional, e pelo nível de indiscutível profissionalismo ao qual levou o Corpo da Gendarmaria.

No último sábado, 12, o diretor da Sala de Imprensa vaticana, Matteo Bruni, informou que, para o Papa Francisco, a gravidade da “ilícita difusão” dessa disposição de serviço “é comparável a um pecado mortal, porque é prejudicial à dignidade das pessoas e ao princípio da presunção de inocência”.

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