Homilia

Papa Francisco: o remédio contra a hipocrisia é a autoacusação

“Há uma atitude que o Senhor não tolera: a hipocrisia”, afirmou o Papa na homilia da Missa que presidiu, nesta terça-feira, 15, no Vaticano

Da redação, com Vatican News

Papa durante homilia /Foto: Vatican Media

Hipocrisia. Esse foi o tema da homilia do Papa Francisco durante a Missa celebrada na manhã desta terça-feira, 15, na Casa Santa Marta. O Evangelho do dia narra a história de Jesus, que é convidado por um fariseu para jantar e é criticado pelo anfitrião, porque Ele não havia lavado as mãos antes de estar à mesa.

“Há uma atitude que o Senhor não tolera: a hipocrisia. É o que acontece hoje no Evangelho. Convidam Jesus para jantar, porém, para julgá-Lo, e não para fazer amigos”, comenta o Pontífice. A hipocrisia, continua o Santo Padre, é precisamente aparentar ser de um jeito mas ser de outro: “É pensar secretamente de maneira diferente do que aparenta ser. E Jesus não suporta isso. E frequentemente chama os fariseus de hipócritas, sepulcros caiados”.

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Francisco frisa que a fala de Jesus não é um insulto, é a verdade. “Por fora, tu és perfeito, antes ainda, engomado precisamente com a concretude, mas por dentro és outra coisa”, completou. O Pontífice afirmou ainda: “A atitude hipócrita vem do grande mentiroso, o diabo”. Ele é o “grande hipócrita” e os hipócritas são seus “herdeiros”:

“A hipocrisia é a linguagem do diabo, é a linguagem do mal que entra em nosso coração e é semeada pelo diabo. Não se pode viver com pessoas hipócritas, mas elas existem. Jesus gosta de desmascarar a hipocrisia. Ele sabe que será precisamente esse comportamento hipócrita que o levará à morte, porque o hipócrita não pensa se usa meios lícitos ou não. Vai em frente: calúnia? ‘vamos caluniar’; falso testemunho? ‘busquemos um falso testemunho’”.

Missa na Capela da Casa Santa Marta/ Foto: Vatican Media

O Papa continuou dizendo que alguém poderia objetar “que conosco não existe hipocrisia assim”. Mas pensar isso, é um erro: “A linguagem hipócrita, não diria que é normal, mas é comum, é de todos os dias. O aparentar de uma maneira e ser de outra. Na luta pelo poder, por exemplo, as invejas, os ciúmes fazem você parecer uma maneira de ser e, por dentro, tem o veneno para matar, porque a hipocrisia sempre mata, sempre, mais cedo ou mais tarde mata”.

É necessário ser curado deste comportamento, sublinhou o Santo Padre. “Mas qual remédio?”, pergunta Francisco. A resposta é dizer “a verdade diante de Deus. É acusar a si mesmo”: “Precisamos aprender a nos acusar: ‘Eu fiz isso, eu penso assim, maldosamente… sou invejoso, gostaria de destruir aquele …’, o que existe dentro, nosso, e dizer isso diante de Deus. Este é um exercício espiritual que não é comum, não é usual, mas procuremos fazê-lo: acusar a nós mesmos, vermo-nos no pecado, nas hipocrisias, na maldade que existe em nosso coração, porque o diabo semeia a maldade. E dizer ao Senhor: ‘Mas veja Senhor, como sou!’, e dizer isso com humildade”.

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Aprendamos a acusar a nós mesmos, repete o Papa, acrescentando: “Talvez, algo muito forte, mas é assim: um cristão que não sabe acusar a si mesmo não é um bom cristão”. O Pontífice recordou a oração de Pedro quando disse ao Senhor: afasta-te de mim, porque sou um homem pecador. “Que nós aprendamos a nos acusar”, conclui.

Papa durante Missa realizada na manhã desta segunda-feira, 15/ Foto: Vatican Media

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