5º mais forte da história

Terremoto no Chile: passa de 700 o número de mortos

O número de mortes provocadas por um megaterremoto que atingiu o Chile na madrugada de sábado, 27, subiu para mais de 700 no domingo, com novas informações chegando de cidades costeiras devastadas pelo tremor e por tsunamis provocados por ele.

A presidente chilena, Michelle Bachelet, confirmou 708 mortes e que o total deve subir.

Antes do anúncio de Bachelet, o número de mortos neste domingo era de cerca de 400. Mas a televisão estatal divulgou que equipes de emergência informaram que 350 pessoas foram mortas somente na cidade costeira de Constitución, que foi atingida por um tsunami.

Imagens de emissora de televisão da cidade portuária localizada a 350 quilômetros ao sudoeste de Santiago mostraram casas destruídas, grandes barcos pesqueiros arrastados para terra firme e carros revirados.

Há cenas de semelhante devastação em Pelluhue, outra cidade costeira, onde carros foram parar no telhado de casas destruídas.

Pessoas desesperadas por comida e água saquearam lojas em algumas áreas mais afetadas pelo terremoto, aumentando especulação de que o governo poderá recorrer à lei marcial para combater os saqueadores.

Centenas de milhares de casas e estradas na região central do Chile foram destruídas, em um duro golpe à infraestrutura do maior produtor de cobre do mundo e uma das economias mais estáveis da América Latina.

O prejuízo econômico causado pelo desastre estaria entre 15 e 30 bilhões de dólares informou a empresa de análise de risco Eqecat.

Alguns economistas projetam um profundo impacto na economia após o terremoto abalar setores da indústria e da agricultura das regiões mais afetadas, o que possivelmente vai pressionar o peso.

Em Concepción, a cerca de 500 quilômetros ao sul de Santiago, socorristas temem que cerca de 60 pessoas tenham sido esmagadas pelo desmoronamento de um prédio de apartamentos onde equipes de resgates trabalham durante a noite para encontrar sobreviventes.

"Passamos a noite toda trabalhando, quebrando paredes para encontrar sobreviventes. O maior problema é combustível, precisamos de combustível para manter as máquinas operando e água para as pessoas", afirmou o comandante da equipe de resgate, Marcelo Plaza.

A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar uma multidão de saqueadores que corriam com pacotes de comida e produtos eletrônicos de um supermercado. Imagens da televisão mostraram pessoas enchendo carrinhos de supermercado com produtos e a onda de saques se espalhava para outras lojas.

"As pessoas ficam dias sem comer. A única opção é vir aqui e pegar as coisas nós mesmos", afirmou Orlando Salazar, um dos saqueadores do supermercado.

A prefeita de Concepción, Jacqueline Rysselberghe, disse que a situação está "fora de controle" por causa da falta de produtos básicos.

"Temos uma situação muito complicada e as pessoas estão se sentindo muito vulneráveis", afirmou ela à rádio local, acrescentando que os saques são "totalmente injustificáveis".

"Precisamos do Exército. Não podemos ter pessoas defendendo suas próprias posses porque seria a lei do mais forte", afirmou a prefeita.

Diante da onda de saques, o governo chileno decidiu impor toque de recolher em Concepción, afirmou uma emissora de TV estatal.

Novos abalos

Uma série de abalos subsequentes atingiu o país e um mais forte balançou prédios na capital no início deste domingo. Enquanto isso, milhares de moradores de Concepción acamparam em barracas ou abrigos improvisados, temendo que novos tremores possam derrubar novos prédios.

Apesar da destruição, o custo humano do terremoto, o quinto mais forte desde 1900, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, foi muito menor do que o sismo que devastou o Haiti em janeiro.

Especialistas disseram que o Chile, localizado em uma das zonas mais sísmicas do planeta, estava melhor preparado.

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que os Estados Unidos estavam prontos para ajudar o Chile. Brasil, Argentina, Bolívia, Peru e Venezuela também ofereceram apoio.

Bachelet declarou zonas de catástrofe as regiões de Maule, Bío-Bío, O'Higgins, Araucanía, Valparaíso e Metropolitana, que concentram 80 por cento da população do país.

O Chile, localizado na intersecção de duas placas geológicas, foi arrasado no passado por outros terremotos. Muitos lembram o tremor de magnitude 9,6 que devastou a cidade de Valdivia em 1960, o maior já registrado.

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