Pandemia

Rússia anuncia registro de primeira vacina contra Covid-19

Comunidade científica mundial questiona eficácia da vacina, visto que terceira fase de testes não foi concluída

Da redação, com Reuters

O presidente Vladimir Putin disse nesta terça-feira, 11, que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a conceder aprovação regulatória a uma vacina para a covid-19 após menos de dois meses de testes em humanos, uma medida aclamada por Moscou como prova de seu proeza científica.

A vacina ainda tem que completar os testes finais, levantando preocupações entre alguns especialistas sobre a velocidade de sua aprovação, mas o conglomerado russo disse que espera colocá-la em produção em massa até o final do ano. Os trabalhadores de saúde russos que tratam de pacientes com covid terão a chance de se voluntariarem para serem vacinados nas próximas semanas.

A aprovação regulatória abre caminho para a inoculação em massa da população russa e as autoridades esperam que isso permita à economia, que foi atingida pela precipitação do vírus, retornar à capacidade total”.

Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano da Rússia, saudou o desenvolvimento como um “momento Sputnik” histórico, comparável ao lançamento do Sputnik 1 pela União Soviética em 1957, o primeiro satélite do mundo. A vacina será comercializada sob o nome de ‘Sputnik V’ em mercados estrangeiros, disse ele. Dmitriev disse que a Rússia já recebeu pedidos estrangeiros de 1 bilhão de doses. Acordos internacionais foram firmados para produzir 500 milhões de doses anuais, devendo a vacina ser produzida também no Brasil. Ele disse que os testes clínicos devem começar em breve nos Emirados Árabes Unidos e nas Filipinas.

Apenas cerca de 10% dos ensaios clínicos foram bem-sucedidos, e a velocidade com que a Rússia aprovou uma vacina antes da conclusão dos estágios finais dos testes que mostram a segurança e eficácia tem preocupado alguns cientistas, que temem que Moscou possa estar colocando o prestígio nacional antes da segurança.

Falando em uma reunião governamental na televisão estatal, Putin descartou essas preocupações, dizendo que a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou, era segura e que até mesmo havia sido administrada a uma de suas filhas. “Sei que funciona de maneira bastante eficaz, forma uma forte imunidade e, repito, passou em todos os testes necessários”, disse Putin. Ele disse que espera que a produção em massa comece logo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que precisará ter acesso aos dados da pesquisa do laboratório russo para avaliar a eficácia e segurança da nova vacina para aprová-la, mas que a Rússia não precisa do aval da entidade para fazer o registro.

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