Religiosa de “Talitha Kum” e Arcebispo de Yangun definiram presença católica em Mianmar, que receberá Papa neste domingo, 26
Da redação, com Rádio Vaticano
Minoria, mas muito engajada é como o Arcebispo de Yangun, Cardeal Bo, define a presença católica em Mianmar. Com maioria budista, os católicos do país que receberá o Papa Francisco neste domingo, 26, não pertencem à elite nem política nem econômica da nação. Periférica, a Igreja de Mianmar põe em prática o sonho do Santo Padre, uma Igreja pobre para os pobres. A caridade ocupa grande parte das atividades eclesiais.
O país, que está se abrindo ao mundo depois de décadas de isolamento, também apresenta abertura da Igreja. As religiosas estão integrando a rede da vida consagrada contra o tráfico humano, “Talitha Kum”. Com efeito, Mianmar é o mais novo parceiro da rede mundial, com a realização do primeiro encontro neste mês de novembro.
A coordenadora de “Talitha Kum” em Mianmar, Irmã Rebecca Kay, explicou que a vulnerabilidade social faz dos birmaneses possíveis vítimas do tráfico. “Em Mianmar, homens, mulheres e crianças são todas vítimas. Tenho o conhecimento de muitos homens traficados na indústria pesqueira, em navios pesqueiros. Mulheres, sobretudo, para a indústria do sexo e crianças para o trabalho infantil e a mendicância”, comentou.
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“Em Mianmar, todo mundo pode ser traficado por causa da pobreza, da situação do país, da instabilidade política. Em lugares onde há guerra civil, as pessoas saem de seus vilarejos e cruzam a fronteira, são obrigadas a migrar e, no caminho, acabam vítimas do tráfico (…). Por isso, a principal preocupação das religiosas é como combater o fenômeno e advertir a população. Num contexto tão complexo, a visita do Papa Francisco é considerada uma bênção”, afirmou a religiosa.
De acordo com Irmã Rebecca, a visita do Santo Padre ao país, é uma benção diante do tempo em que os católicos viveram desconectados da Igreja por causa da situação do país. “Esta é a primeira visita e nós estamos muito orgulhosos disto. Em meio à crise em Mianmar, e o Papa escolheu este país, então estamos muito felizes porque ele nos ama e nos concede seu tempo ao nos visitar. A Igreja Católica em Mianmar é muito pequena, nós somos uma minoria, mas a fé dos católicos é forte”.
“O nosso país por um longo período sofreu muito, especialmente as minorias, então necessitamos de reconciliação. E a visita do Papa irá nos unir, não só os católicos estão aguardando o Papa, mas também os budistas e outras denominações cristãs darão as boas-vindas ao Papa”, concluiu a religiosa.
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