No Casaquistão

Líderes das religiões mundiais se reunirão em junho

A iniciativa de um Congresso que reunisse líderes das diferentes religiões teve início no papado de João Paulo II e permanece até hoje

Rádio Vaticano

Segue em ritmo acelerado a preparação do V Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais, que será realizado nos dias 10 e 11 de junho próximo na cidade de Astana, capital do Cazaquistão. A iniciativa nasceu no Vaticano por ocasião da visita do Presidente da República, Nursultan Nazarbayev, a João Paulo II. Na ocasião, o Presidente casaque pediu o apoio da Santa Sé para iniciar no país uma iniciativa de diálogo entre as religiões.

Em resposta ao pedido de Nazarbayev, o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso enviou ao país centro-asiático o responsável para o diálogo com o Islã, dando início assim a uma estreita colaboração que se perpetua até hoje. O país promotor do evento representa a mais rica variedade étnico cultural e religiosa

Religião e Estado

O governo casaque considera fundamental a promoção do diálogo entre as religiões, motivo pelo qual auxilia o Chefe do Secretariado para o Diálogo e Presidente do Senado, Kassym-Jomart Tokayev, a organizar os encontros, através dos Ministério dos Assuntos Exteriores e do Esporte e da Cultura, que compreende o Comitê para os Assuntos Religiosos. O representante do dicastério vaticano, Khaled Akasheh sempre encorajou a parte casaque a “exercer uma sã e necessária distinção entre religião e política, também na organização dos congressos”.

Preparação do encontro

Em preparação ao encontro de junho são realizadas reuniões permanentes que contam com representantes das maiores religiões do mundo: as religiões monoteístas abraâmicas – judaísmo, cristianismo e islamismo – e as orientais: hinduísmo e budismo. Os participantes da reunião do Secretariado aprovaram no último encontro o tema do Congresso : “O diálogo dos líderes religiosos e dos políticos pela paz e o desenvolvimento”.

Também foram aprovados quatro sub-temas: “A religião e os líderes políticos: a responsabilidade pelo gênero humano”; “A influência das religiões sobre os jovens: educação, ciência, cultura e mídia de massa”; “Religiões e política: novas tendências e perspectivas”; “Diálogo fundado no respeito recíproco e a compreensão entre os líderes e os seguidores das religiões mundiais e tradicionais para a paz, a segurança e a harmonia”.

Terrorismo associado à religião

No encontro tratou-se também da dramática situação vivida pelos cristãos no Iraque e na Síria, assim como de outras comunidades minoritárias, o que levou os participantes a emitir uma declaração conjunta sobre o tema. Os signatários afirmam que “tendo considerado o papel dos líderes religiosos ao tratar temáticas que o mundo está enfrentando, e exprimindo a aspiração comum de todas as religiões à paz e à segurança, decidem de maneira unânime apelar à comunidade internacional para que condene de forma veemente o extremismo, o radicalismo, a violência e o terrorismo, denunciando-o como imoral e criminoso; de afirmar que os atos terroristas nunca devem ser associados ou justificados por qualquer religião ou crença”.

O cristianismo era representado na reunião pelas Igrejas Católica, Ortodoxa, Greco-Ortodoxa, Russa Ortodoxa, Federação Luterana Mundial e Comunhão Anglicana. O Islã era representado pelos dois maiores ramos, o sunita e o xiita (Irã).

O Chefe de Gabinete para o Islã do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Khaled Akasheh, adverte que “o respeito à liberdade religiosa encontra diante de si um desafio: garantir a segurança do próprio território e dos cidadãos. Um equilíbrio certamente não fácil no turbulento cenário mundial”.

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