Centenário

Fátima: pedido de conversão da Rússia completa 100 anos

Fátima recebe peregrinação de fiéis oriundos de países da ex-URSS

Da redação, com Rádio Vaticano

Papa Francisco rezando na Capelinha das Aparições, em Fátima./ Foto: Rádio Vaticano.

Nesta quinta-feira, 13, celebram-se os 100 anos da aparição de Nossa Senhora em Fátima na qual há uma referência direta à Rússia.

No testemunho dos videntes na aparição de 13 de julho de 1917, Nossa Senhora lhes disse: “Para impedir a guerra, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados”.

“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”, assim registrou Irmã Lúcia, falecida em 2005, nas suas ‘Memórias’.

Ainda nesta aparição teve lugar a visão do inferno e a revelação do sofrimento da Igreja e de um bispo vestido de branco, a trilogia que constitui o chamado Segredo de Fátima.

Peregrinação russa

Para celebrar este centenário, uma peregrinação com cerca de 90 fiéis oriundos de vários países da ex-União Soviética está em Fátima.

“É um dia muito bonito para nós, viemos dizer obrigado, 100 anos depois do pedido da Virgem Maria”, declarou à Agência Ecclesia Dom Clemens Pickel, bispo da Diocese de São Clemente em Saratov, Rússia.

“Durante o comunismo, muitas pessoas na Rússia rezavam. Sabiam de Fátima, mas era perigoso falar disso, se falassem de Fátima, dos Pastorzinhos, por exemplo, poderiam ser condenados a 10 anos na Sibéria, nos campos de trabalho”, recorda D. Clemens Pickel. “Era um sonho e agora podemos realizá-lo”, acrescentou.

Além de Dom Clemens, estão na Cova da Iria o Arcebispo de Moscou, Dom Paolo Pezzi; o Bispo da Diocese da Transfiguração em Novosibirsk, Dom Iosif Vert; o Bispo da Diocese de São José em Irkusk, Dom Kirill Klimovich; o Arcebispo da Diocese de Santa Virgem em Astana, Cazaquistão, Dom Tomash Peta; o Bispo coadjutor da mesma diocese, Dom Athanasius Shnaider; e o Padre Andrzej Madej, do Turquemenistão.

A evocação das aparições de julho de 1917 tem como tema ‘A Virgem Maria, Rainha da Paz’.

Além da peregrinação dos bispos católicos dos países de língua russa, o Santuário de acolhe cerca de 110 grupos de peregrinos, oriundos de 24 países.

Dramas do mundo

O bispo de Leiria-Fátima, Dom Antônio Marto, deu as boas-vindas ao grupo de bispos católicos de língua russa. Durante a saudação inicial aos peregrinos, recordou na Capelinha das Aparições os “problemas e dramas do mundo”, em particular as vítimas da recente catástrofe dos incêndios de Pedrógão Grande.

D. Antônio Marto convidou ainda à oração pela paz Oriente Médio, sobretudo na “Síria, Líbano e Iraque”, pela “tragédia” dos refugiados e do “sofrimento dos cristãos perseguidos no mundo”.

Papa Francisco em Fátima

O Papa Francisco visitou Fátima nos dias 12 e 13 de maio por ocasião do centenário das aparições e a canonização dos pastorzinhos Francisco e Jacinta Marto.

“Queridos peregrinos, temos Mãe, temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus. Como uma âncora, fundeemos a nossa esperança nessa humanidade colocada nos Céus à direita do Pai. Seja esta esperança a alavanca da vida de todos nós! Uma esperança que nos sustente sempre, até ao último respiro”, disse o Papa na homilia de 13 de maio.

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