Decisão

Estados-membros da ONU aprovam primeiro pacto global sobre migração

O acordo será formalmente adotado em uma conferência intergovernamental a ser realizada no Marrocos, nos dias 10 e 11 de dezembro

Da redação, com ONU

Louise Arbour (esquerda), representante especial do secretário-geral da ONU para a migração internacional/ Foto: ONU

Depois de mais de um ano de discussões e consultas entre Estados-membros, autoridades locais, sociedade civil e migrantes, o texto do Pacto Global por uma Migração Ordenada, Regular e Segura foi finalizado nesta sexta-feira, 13. Em comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o acordo, chamando-o de uma conquista significativa. Segundo ele, o pacto reflete o entendimento compartilhado pelos governos de que a migração transfronteiriça é, por sua própria natureza, um fenômeno internacional e que a gestão eficaz dessa realidade global requer cooperação internacional para aumentar seu impacto positivo para todos.

Para Guterres, o pacto também reconhece que todo indivíduo tem direito a segurança, dignidade e proteção. “Esta diretriz abrangente compreende uma gama de objetivos, ações e caminhos para implementação, acompanhamento e revisão (…). Todos destinados a facilitar a migração segura, ordenada e regular, reduzindo a incidência e o impacto da migração irregular”, acrescentou o chefe da ONU.

Chamando a decisão de momento histórico, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajčák, enfatizou o enorme potencial do pacto. “Não encoraja a migração nem visa impedi-la. Não é juridicamente vinculativo. Não dita, não irá impor. E respeita plenamente a soberania dos Estados”, enfatizou. “Ele pode nos guiar para passarmos de um modo reativo para um proativo. Pode nos ajudar a extrair os benefícios da migração e mitigar os riscos. Pode fornecer uma nova plataforma para cooperação. E pode ser um recurso para encontrar o equilíbrio certo entre os direitos das pessoas e a soberania dos Estados. (…) Em dezembro, será formalmente o primeiro marco abrangente sobre migração que o mundo já viu”, salientou.

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Também tomando a palavra, a vice-secretária-geral, Amina J. Mohammed, chamou a atenção para as profundas questões levantadas pela migração, como a soberania e os direitos humanos, o que se constitui movimento voluntário, a relação entre desenvolvimento e mobilidade, e como apoiar a coesão social.“Este pacto demonstra o potencial do multilateralismo: nossa capacidade de nos unir em questões que exigem colaboração global – por mais complicadas e controversas que sejam”, ressaltou.

Louise Arbor, representante especial para a migração internacional, afirmou que, como a mobilidade humana sempre estará conosco, seus aspectos exploradores, caóticos e perigosos não podem se tornar um novo normal. “A implementação do Pacto trará segurança, ordem e progresso econômico para o benefício de todos”, comentou.

O acordo será formalmente adotado pelos Estados-membros em uma conferência intergovernamental a ser realizada em Marrakesh, no Marrocos, nos dias 10 e 11 de dezembro. Louise atuará como secretária-geral da conferência. “Este não é o fim do empreendimento, mas o início de um novo esforço histórico para moldar a agenda global sobre migração nas próximas décadas”, disse o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), William Lacy Swing.

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