Trata-se de um itinerário egípcio que une os lugares onde Maria, José e o Menino Jesus passaram, segundo a tradição, fugindo de Herodes
Da redação, com Rádio Vaticano
Na catequese desta quarta-feira, 4, o Papa Francisco saudou a delegação egípcia que foi ao Vaticano para a benção do ícone que descreve a fuga da Sagrada Família para o Egito.
A delegação é liderada pelo ministro do Turismo do país, Yahya Rashid, que, segundo algumas agências de notícias, como a Fides, está em Roma para relançar o projeto “Caminho da Sagrada Família”. Trata-se de um itinerário egípcio que une os lugares onde Maria, José e o Menino Jesus passaram, segundo a tradição, fugindo da violência de Herodes.
“O Egito é a terra em que São José, a Virgem Maria e o Menino Jesus, bem como muitos outros profetas, viveram: uma terra abençoada com o sangue sagrado de mártires derramado ao longo dos séculos”, disse o Papa Francisco.
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A apresentação do projeto acontece nesta quarta-feira, 4, às 19h (horário local), em Roma, na Via da Conciliação. Além do pronunciamento do Ministro Rashid, estão previstos discursos de embaixadores egípcios junto à Santa Sé, como Seif Elnasr Hatem, e junto ao Estado italiano, como Amr Mostafa Kamal Helmy. A Obra Romana de Peregrinações (Opera Romana Pellegrinaggi), corresponsável pelo projeto, também participa do encontro.
Itinerário sagrado
Na época de Jesus, as estradas que levavam da Palestina ao Egito eram três. Segundo algumas fontes históricas coptas, a Sagrada Família, com medo de ser reconhecida, não teria percorrido nenhum desses três itinerários e ao chegar ao Egito, mudava constantemente, provavelmente por motivos de segurança.
São muitos os lugares de culto cristãos ligados à passagem dos refugiados, a ponto de permitir um mapeamento: um itinerário que parte da costa mediterrânea, atravessa a área do Delta e do Nilo e segue o seu percurso, em direção ao sul, até a cidade atual de Assiut.
A tradição popular não especifica sempre se um determinado lugar foi visitado na ida ou na volta pela Sagrada Família. De qualquer maneira, as várias etapas são marcadas por capelas, santuários, mosteiros e até mesmo árvores, meta milenar de peregrinação dos fiéis coptas.
A Igreja da Virgem, em El-Mahamma, situada a 10 km do Cairo, foi o local onde Maria deu banho em Jesus. A Árvore de Maria, situada a 50 km do Cairo, teria sido o lugar em que Nossa Senhora se repousou, em Belbeis; a fonte de água que o Menino Jesus teria feito surgir, em El-Mataria: Maria, lavando as roupas de Jesus, derramou água no chão e ali brotou uma planta aromática usada ainda hoje para produzir o Óleo do Crisma.
A Sagrada Família teria passado também pelo sítio arqueológico que teria se tornado o Antigo Cairo onde se encontram vários mosteiros e santuários. Narra-se que a Sagrada Família ficou ali alguns dias. Por onde Jesus passava, caíam as estátuas dos ídolos. Herodes mandou matar o Menino Jesus e a Família se refugiou numa gruta, que se tornou depois a cripta da Igreja de Abu Serga (São Sérgio).