Itália

Viagem do Papa a Cesena: a política é serviço à coletividade

Papa Francisco visitou, neste domingo, cidades de Cesena e Bolonha, ao norte da Itália

Da redação, com Rádio Vaticano

O Papa Francisco deixou o Vaticano, na manhã deste domingo, 1º, para fazer uma Visita Pastoral a duas cidades italianas: Cesena e Bolonha, ao norte da Itália.

A primeira etapa foi em Cesena, visitada por ocasião dos 300 anos de nascimento do Papa Pio VI, natural da cidade, de 90 mil habitantes.

O Santo Padre chegou à cidade de helicóptero e seu primeiro encontro foi com os fiéis na Praça do Povo.

Após as saudações das autoridades civis e religiosas, o Papa pronunciou seu discurso à população, falando inicialmente sobre a praça central da cidade, um lugar de encontro público, que emana uma mensagem: “trabalhar todos juntos para o bem comum e para uma boa política”, sobre a qual Francisco disse:

“Uma política que saiba harmonizar as legítimas aspirações de cada um e dos grupos, no interesse de todos os cidadãos. A política é um serviço inestimável para o bem da coletividade; é uma nobre forma de caridade”.

Por isso, Francisco convidou os jovens e os menos jovens a preparar-se adequadamente e a comprometer-se, pessoalmente, neste sentido, assumindo, desde o início, a perspectiva do bem comum e rejeitando toda e mínima forma de corrupção.

Improvisando, o Santo Padre disse que “a corrupção é o caruncho da vocação política. A corrupção não deixa a civilização se desenvolver. O bom político carrega uma pesada cruz quando quer ser bom, quando tem que deixar as suas ideias pessoais para tomar iniciativas dos outros, para que seja levado adiante o bem comum.

Neste sentido, explicou Francisco, o bom político acaba sempre sendo um “mártir” do serviço, porque coloca suas ideias em discussão em prol do bem comum. Mas, quando errar deverá ter a coragem de dizer “Errei… desculpem, vamos adiante”. Este é um modo nobre de agir.

Não obstante, na política não funciona a varinha mágica. Não se pode resolver tudo imediatamente. Mas não devemos limitar-nos em ver e criticar as ações do outros. Quando as críticas não são construtivas se tornam um defeito e não constroem a civilização.

Enfim, o Santo Padre exortou a população de Cesena a descobrir o valor essencial da convivência civil, suscitando iniciativas, entre as quais as que visam o emprego. É preciso, – concluiu – relançar os direitos de uma boa política, a serviço da coletividade, superando as desigualdades e trabalhando para o bem das famílias e dos pobres.

Encontro na Catedral com o Clero

Após o encontro com a população de Cesena, o Papa se transferiu para a Catedral. No caminho, abençoou e inaugurou, junto com o Prefeito, a placa dedicada ao Papa Pio VI.

Na Catedral de Cesena, depois de cumprimentar os enfermos presentes, Francisco pronunciou seu discurso ao numeroso clero da cidade, consagrados, membros do Conselho das Pastorais e da Cúria, como também representantes das paróquias.

O Bispo de Roma expressou sua solidariedade pelo compromisso do clero de evangelizar, “anunciando e testemunhando, com alegria, o Evangelho”. Um compromisso que deve abranger aqueles que vivem à margem da sociedade, que mais precisam da misericórdia de Deus, sobretudo os jovens.

O Papa disse que, no Evangelho e no coerente testemunho da Igreja, os jovens podem encontrar aquela perspectiva de vida que os ajuda a superar os condicionamentos de uma cultura subjetivista, e os abra a propósitos e projetos de solidariedade.

Por outro lado, afirmou Francisco, hoje, percebe-se a necessidade de restabelecer o diálogo entre os jovens e os idosos, entre os jovens e os avós. As pessoas idosas se aposentam, mas a sua vocação não, pois eles dão, especialmente aos jovens, a sabedoria da vida.

Devemos fazer com que os jovens entrem em contato com os idosos, que se encontrem com eles.

Por isso, o Papa recomendou que, nas paróquias e nos grupos paróquias, os jovens sejam educados e encaminhados a este diálogo com as pessoas idosas. Este diálogo fará milagres.

Aqui, o Papa recordou a próxima Assembleia do Sínodo dos Bispos, que abordará precisamente o tema: “Jovens apóstolos entre os jovens”. Uma Igreja atenta aos jovens – afirmou – é uma Igreja doméstica, que acompanha o trabalho das famílias “na educação à afetividade e ao amor”. E o Papa concluiu:

“Trata-se de um trabalho que o Senhor nos pede, sobretudo em nosso tempo, onde a crise e as dificuldades atingem de modo particular o núcleo familiar e a sociedade. Por isso, Ele nos convida a sermos testemunhas e mediadores entre as famílias e a juventude”.

Por fim, após ter saudado, abençoado e encorajado os sacerdotes, os consagrados, os diáconos e os fiéis leigos, o Santo Padre seguiu para Bolonha, segunda etapa da sua Visita Apostólica em território italiano.

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