Perseguição religiosa

AIS divulga relatório sobre liberdade religiosa no mundo

Mais de 60 países violam "gravemente" a liberdade religiosa. O número é lançado no "Relatório 2008 – Liberdade Religiosa no Mundo", publicado pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Segundo a publicação, com mais de 600 páginas, os casos mais dramáticos no período estudado registaram-se na Índia, Paquistão, Arábia Saudita e Eritreia, nações onde a liberdade de culto é negada de maneira mais violentas e nas quais os crentes são perseguidos, em alguns casos até à morte.

O estudo assinala que a perseguição religiosa aumenta em todo o mundo. O presidente da AIS, Padre Joaquim Alliende, frisou no lançamento do relatório, em Roma, que "sem liberdade religiosa não há democracia nem paz no mundo".

O sacerdote chileno declarou que a obra "responde a uma necessidade cada vez mais sentida pela opinião pública de conhecer a situação real dos direitos humanos em geral, e da liberdade religiosa em particular, como direito inalienável de todo o ser humano".

O presidente da AIS destaca o caráter "não-confessional" do relatório, que não analisa apenas a situação dos católicos.

Entre as principais preocupações apresentadas, está a da Índia, que piorou nos últimos anos, apesar de a Constituição reconhecer a liberdade religiosa.

"Trata-se de uma perseguição que é aproveitada e financiada por pessoas que querem manter a população ao nível da escravidão", explicou o diretor da agência AsiaNews e um dos redatores do relatório, Pe. Bernardo Cervellera, em coletiva de imprensa.

O estudo analisa também a situação no Iraque, onde desde o final de setembro, duas mil famílias cristãs tiveram que abandonar Mossul.

Lista negra

No relatório é apresentada uma lista de países nos quais se registaram "graves limitações à liberdade religiosa". Entre eles encontram-se a China, Cuba, Coréia do Norte, Irã, Nigéria, Mianmar (ex-Birmânia), Laos, Arábia Saudita, Paquistão e Sudão.

Em seguida, consta uma lista de países nos quais se verificam "limitações legais à liberdade religiosa", entre os quais se encontram Afeganistão, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Bielorrússia, Bolívia, Egito, Eritreia, Terra Santa (Israel e os territórios palestinos) e México.

A AIS fala ainda de países nos quais se registaram episódios de "repressão legal" e de países nos quais se registaram conflitos locais, analisados já em outras seções.

Segundo Padre Cervellera, é interessante ressaltar que as violações à liberdade religiosa "se devem cada vez menos a causas ideológicas e cada vez mais a motivos de poder".

Em alguns casos, como por exemplo na China, "o receio de abrir-se à liberdade de culto coincide com o temor de deixar espaços a outras liberdades".

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