O prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica fala dos desafios da vida consagrada
Da redação, com Vatican News
No XXIV Dia Mundial da Vida Consagrada, a ser celebrado neste domingo, 2, Festa da Apresentação de Jesus no Templo, o Papa Francisco preside à missa na Basílica Vaticana na tarde de sábado, 1º.
Com o Pontífice, concelebra o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Card. João Braz de Aviz.
O cardeal brasileiro enaltece a história da vida consagrada, feita de grandes escolas de espiritualidade que deram inúmeros frutos na história e continua a dar ainda hoje.
Essa bagagem está sendo vivida agora no momento de reforma da Igreja e “se há reforma da Igreja, tem que haver reforma também da vida consagrada”.
“Claro, não começa agora. Por exemplo, tivemos vários momentos em que os próprios carismas significaram uma reforma da Igreja. Por exemplo, basta pensar na experiência de São Francisco ou até de outros santos grandes; no caso da Teologia, nós tivemos o grande dominicano que nos deu esta linha, São Tomás de Aquino, de uma Teologia, de uma Filosofia que era uma síntese realmente belíssima da vida cristã com o pensamento clássico. Nós estamos no momento que é dinâmico, forte, em que muitas coisas que serviam porque o tempo exigia, hoje elas não servem mais.”
“Então é por isso que o Papa Francisco, sobretudo a partir do Ano da Vida Consagrada, em 2015, tomou fortemente essa linha e esse empenho de ajudar a vida consagrada a percorrer as estradas novas, a não ter medo dessas estradas novas, sobretudo porque nós temos que adquirir agora coisas novas. Por exemplo, entre todos esses carismas precisa que haja uma comunhão profunda, porque nós somos Igreja. Isso é um ponto necessário que está em construção. Então essa atualização constante da ação do Espírito de Deus através dos carismas da Igreja é que está acontecendo agora.”
Martírio da vida consagrada
Dom João deixa ainda uma mensagem a quem, neste momento, perdeu o seu vigor e está pensando inclusive em abandonar a consagração:
“Eu digo a você, consagrado, a você, consagrada, mas digo a mim mesmo: nós sabemos em Quem nós colocamos a nossa esperança. É uma afirmação importantíssima. Para nós, quem governa, quem deu esta vocação foi o Senhor e Ele sabe por que nos chamou, por que nos chamou dentro desse contexto particular no qual nós estamos. E eu sou chamado ― como o Papa sempre nos lembra ― a construir esta minha vida, esse meu carisma em meio às lutas de cada dia e em meios aos problemas, às dificuldades.”
“Alguns de nós, inclusive, estão dando a vida: hoje há muito martírio na vida consagrada, temos muita gente dando a vida, entregando a sua vida. Isso é o que vale.”
“Por isso nós sabemos que temos que nos unir, temos que nos abrir, ninguém deve levar a sua vida para frente sozinho, isolado, e quando nós ficamos isolados, somos muito frágeis. Deus é comunhão, nós também somos chamados a ser comunhão.”