DIA DA VIDA CONSAGRADA

Consagrados contribuem para a revitalização espiritual da Igreja, diz padre

No Dia Mundial da Vida Consagrada, sacerdote fala sobre chamado a se entregar totalmente a Deus e ação do Espírito Santo ao suscitar novos carismas

Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: REUTERS/Pilar Olivares

Nesta sexta-feira, 2 de fevereiro, a Igreja celebra a Festa da Apresentação do Senhor. Desde 1997, esta data marca também o Dia Mundial da Vida Consagrada, que comemora o dom das pessoas que se sentiram chamadas por Deus a uma entrega total de suas vidas, a serviço do anúncio do Evangelho.

Em 1994, a vida consagrada foi objeto de reflexão do Sínodo dos Bispos convocado pelo então Papa João Paulo II. Após a assembleia, foi publicada em 1996 a Exortação apostólica pós-sinodal Vita consecrata, na qual o Pontífice polonês escreveu:

“O fundamento evangélico da vida consagrada há de ser procurado naquela relação especial que Jesus, durante a sua existência terrena, estabeleceu com alguns dos seus discípulos, convidando-os não só a acolherem o Reino de Deus na sua vida, mas também a colocarem a própria existência ao serviço desta causa, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida” (n. 14).

No ano seguinte, foi comemorado pela primeira vez o Dia Mundial da Vida Consagrada, em 2 de fevereiro. A data foi escolhida por ocasião da Festa da Apresentação do Senhor, cuja liturgia reflete o momento em que, conforme a tradição judaica, o Menino Jesus é oferecido a Deus por seus pais, a Virgem Maria e São José.

Seguir os passos de Jesus

Padre Gleidson Carvalho / Foto: Canção Nova

Membro da Comunidade Canção Nova, o padre Gleidson Carvalho afirma que esse evento simboliza a dedicação total de Jesus à missão que Deus Pai lhe havia confiado. Dessa forma, esta celebração se tornou uma inspiração contínua para todos os fiéis que desejam seguir os mesmos passos de Jesus.

“É uma expressão de fé e, acima de tudo, de confiança na Providência de Deus que chama e sustenta todo aquele que é chamado”, declara o sacerdote, acrescentando que “a cada 2 de fevereiro, todo consagrado é desafiado a renovar o seu compromisso firmado com Deus.”

O missionário reforça que todo batizado é, por este sacramento, consagrado a Deus. Ele cita uma carta escrita pelo Papa Francisco por ocasião do 75º aniversário da Constituição Apostólica Provida Mater Ecclesia, na qual o Santo Padre manifesta que o batismo constitui “a primeira e mais radical forma de consagração”.

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“Essa consagração é muito importante porque, além de marcar o início da vida cristã, faz com que aquele que recebeu a graça do Batismo seja incorporado à comunidade cristã e, assim, torne-se parte do Corpo místico de Cristo, que é a Igreja”, reitera o sacerdote. No entanto, pontua que algumas pessoas são chamadas a se consagrarem a Deus de uma maneira mais específica dentro de algum carisma.

Sinal de revitalização espiritual

Ele frisa que Deus chama livremente, mas também “espera daquele que é chamado uma resposta apoiada ‘pela’ e ‘na’ liberdade”. Ele pontua ainda que “a vida consagrada abarca diversas formas de vida e diversos carismas suscitados pelo Espírito Santo, incluindo as ordens religiosas, as congregações, a vida eremítica, institutos religiosos, entre outros”.

Além disso, há as Novas Comunidades, que São João Paulo II descreveu, na Vigília de Pentecostes de 1998, como uma “providencial resposta do Espírito”. Entre elas, está a Comunidade Canção Nova, fundada pelo padre Jonas Abib em 2 de fevereiro de 1978 e que completa, nesta sexta-feira, 46 anos de existência. Neste dia, os missionários renovam o seu compromisso de entrega total a Deus.

O padre Gleidson acrescenta que esse movimento do Espírito Santo aponta para um dinamismo na vida cristã, contribuindo para a revitalização espiritual e pastoral da comunidade cristã. Além disso, destaca que os consagrados da comunidade e de todo o mundo desempenham um papel significativo na transmissão da fé, fazendo com que muitos abracem os ensinamentos da Igreja a partir do seu testemunho de Cristo com a própria vida.

“O consagrado se torna sal para dar sabor a um mundo insosso e luz para clarear as trevas”, afirma o sacerdote. Neste contexto, ele expressa sua alegria por poder exercer seu ministério dentro do Carisma Canção Nova. “Sinto-me pequeno diante de um chamado tão grande e nobre que Deus me fez. Mas também estou consciente que, uma vez que o Senhor me chamou, Ele me dará todas as condições para que eu realize a minha vocação. Assim quero viver pelo resto da vida”, conclui.

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