Na celebração presidida pelo arcebispo local, Dom Walmor Oliveira, foi realizada a ordenação episcopal do monsenhor Nivaldo dos Santos
Julia Beck
Da redação
Uma missa marcou a abertura do Ano Jubilar Centenário da Arquidiocese de Belo Horizonte (MG) nesta quinta-feira, 11. A celebração eucarística foi presidida pelo arcebispo, Dom Walmor de Oliveira. O presbítero é também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Catedral de Cristo Rei, além de abrigar o festejo dos 100 anos da arquidiocese, também acolheu a ordenação episcopal de Monsenhor Nivaldo dos Santos. O sacerdote foi nomeado bispo pelo Papa Francisco em dezembro passado.
Saudações e memória do Dia Mundial dos Enfermos
Em sua homilia, Dom Walmor saudou todas as autoridades civis e religiosas, além dos leigos e leigas presentes na celebração. O arcebispo reforçou a abertura do Ano Jubilar Centenário da arquidiocese e fez memória aos enfermos.
Nesta quinta-feira, 11, a Igreja celebra Nossa Senhora de Lourdes e o Dia Mundial dos Enfermos. “Gostaria de saudar os que estão em uma luta grande em razão da pandemia da Covid-19”, disse Dom Walmor assegurou as preces da arquidiocese pelos enfermos de BH e do Brasil.
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Jesus chama: “Segue-me”
Ao novo bispo Dom Nivaldo o arcebispo parabenizou pelos trabalhos pastorais desenvolvidos em BH. Dom Walmor sublinhou que o chamado ao episcopado é um chamado de Deus.
“É Deus quem te chama e diz como disse a Pedro: ‘Segue-me’. (…) O ministério episcopal chama e consagra aquele que deve se tornar servidor do Evangelho para a esperança do mundo”, destacou.
O bispo deve ser um sinal de esperança para o mundo
A atual situação do mundo, com a crise sanitária da Covid-19, foi outro ponto de reflexão do bispo. Ele ressaltou que a pandemia agravou a violência, polarização e desigualdade social. Diante disso, afirmou que a Igreja e seus pastores devem ser sinais da esperança. “Há uma falência da esperança”, frisou.
O bispo, de acordo com Dom Walmor, é chamado a ser profeta corajoso, testemunha credível e servo fiel. “Uma tarefa enorme para congregar o povo de Deus neste horizonte”, reforçou. Para dar conta da missão, o presbítero comentou que é preciso compreender que há uma fonte, um caminho, uma pessoa que precisa ser seguida: Jesus.
Como Jesus, considerar o outro importante
Na celebração de abertura do Ano Jubilar Centenário da Arquidiocese de BH, Dom Walmor pediu ao clero e a todos os leigos que considerem o outro como importante. “É uma tarefa revolucionária”, pontuou.
Segundo o arcebispo, se cada pessoa considerar o outro importante em pequenas e grandes ações, o mundo viverá um tempo novo, diferente do atual. De acordo com Dom Walmor, a humanidade vive hoje a indiferença e desvaloriza a amizade social e a fraternidade humana.
“Quem tem os sentimentos de Cristo, como diz o Papa em sua mensagem para o Dia Mundial dos Enfermos, não tem tempo para falas que não constroem. (…) Quem tem sentimentos de Jesus não ataca, não condena, mas constrói com as palavras.”
Enxergar o amor nos gestos
O arcebispo retomou o Evangelho de João, em que Jesus pergunta três vezes a Pedro: “Tu me amas?”. Dom Walmor afirmou que Pedro consegue compreender nos questionamentos de Jesus que o amor não se faz com palavras, mas com gestos.
“Pedro reconheceu que era fraco, que não dava conta desse amor. Ele escancarou as portas do coração para deixar-se trabalhar pela força do amor de Deus”. A ação de Pedro chama atenção pela força e coragem, destacou o presbítero.
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Dom Walmor lembrou que esta é a fonte para uma profecia corajosa. Segundo o arcebispo, um servo fiel é muito mais do que alguém que faz suas tarefas bem, mas quem ama os pobres, quem diz a verdade, quem não se apega, e que vai ao encontro do próximo.
“O ministério episcopal é exigente, mas também oportunidade de uma experiência amorosa sem tamanho. O bispo é essencial para a Igreja anunciar ao mundo o amor de Deus. (…) Mesmo com as dores e sofrimentos, vale a pena”, concluiu.
Rito e fim da celebração
Após a homilia da missa de abertura do Ano Jubilar Centenário da Arquidiocese de BH, Dom Walmor concluiu o rito da ordenação episcopal. Ao final da celebração, Dom Nivaldo concedeu sua bênção aos presentes.