Dom Wladimir presidiu a Missa do Crisma na manhã desta Quinta-feira Santa, 14, na diocese de Lorena, da qual faz parte a Comunidade Canção Nova
Julia Beck
Da redação
O bispo da Diocese de Lorena (SP), Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, presidiu a Missa do Crisma na manhã desta Quinta-feira Santa, 14, na Catedral Nossa Senhora da Piedade em Lorena (SP).
Em sua homilia, reforçou que a Missa do Crisma é também conhecida como a Missa da Unidade e que a Liturgia da Palavra de hoje destaca a “unção”.
A Primeira Leitura evidenciou a unção do Espírito Santo. Segundo Dom Wladimir, ela deve ser espalhada como uma unção do bem para a santidade, para a cura das feridas e anúncio de um tempo da graça de Deus.
Instituição do sacerdócio
Ao citar o Evangelho, o bispo indicou que Jesus proclama a unção anunciada por Isaías. “Ele ungiu com suas palavras as pessoas que ali estavam. (…) Jesus é a unção do Pai para nós”.
Ao finalizar sua missão nesse mundo, Jesus quis permanecer junto à humanidade, recordou o bispo. “Ele instituiu o sacerdócio para que a humanidade continuasse a ser ungida com a Sua presença e graça”.
Sacramentos: unidade entre criação e redenção
No centro da Liturgia da Missa do Crisma está a benção dos santos óleos: unção dos catecúmenos, enfermos e do Crisma. Este último, utilizado para os grandes sacramentos: da confirmação, ordenação sacerdotal e episcopal.
Dom Wladimir explicou que, através dos sacramentos, o Senhor toca seu povo através dos elementos da criação. Os sacramentos são a unidade entre a criação e a redenção, expressam a corporeidade da fé e abraçam corpo e alma.
O óleo é o símbolo do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, alude a Cristo. “Sabemos que a palavra Cristo e Messias significa ‘ungido’”, comentou.
Portanto, o bispo destaca que a palavra “cristão” quer dizer ungido, pessoa que pertence a Cristo. A partir disso, ressaltou que é dever do cristão não se limitar à nomenclatura, mas ser de fato ungido em todos os ambientes da sociedade.
Ratificar as promessas sacerdotais
Nesta celebração, em que são renovadas as promessas sacerdotais, Dom Wladimir pediu aos padres que não encarem o momento como uma recordação, mas como uma ratificação da promessa de amar o Pai, Cristo e sua Igreja com amor exclusivo e total.
“O amor quando é verdadeiro ama pela necessidade de amar”, afirmou. Deste modo, Dom Wladimir exortou os presbíteros a renovarem sua pertença a Cristo e a repetirem como o apóstolo São Paulo: “Cristo é nosso viver, pois sabemos em quem colocamos a nossa confiança. Tudo podemos naquele que nos conforta”.
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O presbítero, continuou o bispo, é chamado para que o seu coração e sua vida sejam conformados ao Senhor Jesus de modo a tornar-se um sinal do amor de Deus a cada ser humano.
Coração santo
O sacerdote anuncia o evangelho e torna-se instrumento da misericórdia de Deus. Ele escuta e acolhe, corresponde as exigências e questões profundas dos tempos atuais – que não estão fáceis, frisou o bispo.
“Parece que o mundo se voltou de costas para Deus”, disse. Desemprego, mais de 17 guerras pelo mundo, o sofrimento da Casa Comum com a colocação do lucro em primeiro lugar foram algumas das muitas dificuldades atuais apontadas pelo bispo.
Dom Wladimir pediu aos padres que tenham um coração santo, a consciência reta, sem interesses, um estilo de vida condizente com a santidade que Deus espera.
“A Quinta-feira Santa é particularmente o nosso dia. Durante a Última Ceia, o Senhor instituiu o sacerdócio neotestamentário. (…) Celebramos nessa manhã o sacerdócio que nasceu com a Ceia do Senhor. Naquela Quinta-feira Santa nós nascemos como sacerdotes”.
Por fim, o bispo pediu que os presbíteros aprendam com Maria a viver como filhos cada vez mais conscientes da vocação para a qual foram chamados. “Que a Igreja continue a cumprir a sua missão no mundo”, concluiu.