A pedido do Papa Francisco, Basílica de Santa Maria in Trastevere realizou, ontem à noite, um momento de oração pela paz na Ucrânia
Da Redação, com Vatican News
Em resposta ao convite do Papa Francisco, na noite desta quarta-feira, 26, houve uma oração especial pela paz na Ucrânia na Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma. A oração foi presidida pelo Secretário de Relações com os Estados do Vaticano, Dom Paul Richard Gallagher. O bispo lançou um forte apelo aos líderes das nações: não esperar acordos, mas se comprometer a renovar os corações.
“Que se calem os ventos da guerra, que as feridas sejam curadas, que homens, mulheres e crianças sejam preservados do horror do conflito”. As orações dos fiéis foram recolhidas na reflexão de Dom Gallagher. “Estamos em comunhão com o Papa para que toda iniciativa possa estar a serviço da fraternidade humana”.
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As palavras do arcebispo destacaram, antes de tudo, a natureza dramática dos conflitos e a disparidade entre aqueles que os decidem e aqueles que os sofrem, entre aqueles que os executam sistematicamente e aqueles que sofrem a dor.
Vítimas indefesas
O arcebispo pontuou ainda o quão dramática é a guerra e graves suas consequências. “Estas são situações dolorosas que privam muitas pessoas até mesmo dos direitos mais fundamentais”. Mas ainda mais escandaloso, afirma, “é ver que aqueles que mais sofrem com os conflitos não são aqueles que decidem se fazer a guerra ou não, mas são sobretudo as vítimas indefesas”.
Tristeza também, lamentou Dom Gallagher, pela “laceração” de populações inteiras causada pela “mão do homem”. Lacerações estas causadas por “ações cuidadosamente calculadas e realizadas de forma sistemática”, e não por “uma explosão de raiva”, ou “por catástrofes naturais ou eventos fora do controle humano”.
Irmãos dos que sofrem e dos que causam sofrimento
Diante deste cenário, o arcebispo destacou que todos estão “derrotados” em sua humanidade e são corresponsáveis pela promoção da paz. Ele lembrou que Deus fez os homens irmãos e irmãs, portanto, conscientes deste cenário.
“E levando em nossos corações o drama dos “conflitos que dilaceram” o mundo, nos reconhecemos como irmãos e irmãs tanto daqueles que os causam quanto daqueles que sofrem suas consequências, e em Jesus Cristo apresentamos ao Pai tanto a “grave responsabilidade do primeiro como a dor do último”. Para todos, invoquemos do Senhor o dom da paz, pediu.
Que a paz renasça nos corações, não esperando por acordos
Dom Gallagher destacou, por fim, a necessidade de invocar a paz, mas sem se limitar a esperar que acordos e tréguas sejam alcançados e respeitados. É preciso, defendeu ele, implorar e se comprometer para que o novo homem possa renascer nos corações, unificado em Cristo.
A paz é contagiosa, repetiu o arcebispo, citando as palavras do Papa para o Corpo Diplomático. A paz se espalha do coração daqueles que a desejam para o mundo inteiro. “Que o Espírito Santo faça todos os homens, especialmente os responsáveis pelas nações, construtores da paz”.