Repercussão

Carta de Bento XVI incentiva melhor combate aos abusos, frisa cardeal

“Danos e falhas no âmbito eclesiástico, admitidos com dor e vergonha pelo Papa emérito, são um desafio para a Igreja de hoje”, declara o presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores

Da redação, com Vatican News

Cardeal Seán Patrick O’Malley / Foto: Daniel Ibanez – CNA

“A consciência nos fala se estivermos dispostos a escutar”. Assim começa a declaração do arcebispo de Boston, nos EUA, e presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores, cardeal Seán Patrick O’Malley, a respeito da Carta do Papa emérito Bento XVI publicada nesta terça-feira, 8, sobre o relatório acerca dos abusos na Arquidiocese de Munique e Freising, sul da Alemanha, que inclui também os anos de seu mandato.

Um texto que contém uma “confissão” pessoal e dolorosa e um pedido de perdão pelos erros e falhas que ocorreram naquele contexto. “O Papa emérito – escreve o presidente da Comissão que trabalha desde 2015 para responder à chaga dos abusos e para proteger suas vítimas – nos concedeu uma descrição íntima do drama de sua consciência moldada por uma vida de serviço a Deus e a seu povo”.

“O mal sofrido pelas vítimas de abusos sexuais de menores por padres e religiosos e sua gestão de tais abusos pesa justamente e necessariamente na consciência”, sublinha o cardeal

Um incentivo para fazer mais e melhor

Olhando os efeitos sobre as vítimas de abusos e a Igreja hoje, o cardeal arcebispo de Boston observa que o “testemunho sóbrio” de Bento XVI reflete uma consciência de que houve momentos de profunda escuridão que marcaram os sobreviventes, mas acima de tudo indica que o reconhecimento dos “danos irreparáveis” causados pela Igreja e as falhas em evitar tais danos representam um “desafio” para aqueles que ocupam posições de responsabilidade hoje.

O convite premente é para fazer melhor. O “testemunho” e a profunda “honestidade” das admissões do Papa emérito, conclui o cardeal, deveriam ser um incentivo para todos defenderem aqueles que sobreviveram e proteger aqueles que hoje confiam nos cuidados da Igreja.

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