Reflexão

Cardeal fala sobre oração do Papa Paulo VI e de Francisco pelos artistas

No dia em que o Papa Francisco voltou a rezar pelo artistas, o cardeal Gianfranco Ravasi recorda o aniversário da “Missa dos artistas” celebrada por Paulo VI na Capela Sistina

Da redação, com Vatican News

Papa Paulo VI e Papa Francisco / Fotos: Domínio Público | Daniel Ibáñez – CNA

O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho da Cultura, recordou, nesta quinta-feira, 7, o 56º aniversário da Missa aos Artistas, celebrada pelo Papa Paulo VI na Capela Sistina em 7 de maio de 1964. Hoje, durante Missa na Capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco voltou a rezar pela categoria dos artistas, afirmando que sem a beleza não se pode entender o Evangelho. A intenção do Pontífice fez com que o cardeal refletisse sobre o tema, recordando Paulo VI.

Um ano depois da Missa dos Artistas, o Papa Paulo VI, na sua mensagem aos Artistas no Concílio Vaticano II, repetiu que o mundo em que vivemos tem necessidade de beleza para não cair no desespero, o elemento central é o restabelecimento do vínculo entre arte e fé, recordou cardeal Ravasi. “Esta ligação – explica o prelado – é baseada no fato que ambas não representam o visível que está na realidade, o invisível que está no visível, como afirmava um grande artista como Paul Klee”.

O mundo no espírito

Na belíssima Capela Sistina, o Pontífice falou de modo direto aos artistas, relembra o cardeal. Reconheceu que a Igreja precisa da colaboração dos artistas e falou do paralelismo entre artista e o sacerdote que têm em comum o objetivo de tornar acessível e compreensível o mundo do espírito. “Nesta tarefa – admite – vocês são mestres”. E explicou: “A sua arte consiste em recolher do céu, do espírito, os seus tesouros e revesti-los com palavras, com cores, com formas de acessibilidade”.

O caminho

Nas décadas que seguiram, João Paulo II e Bento XVI aprofundaram esta relação. As palavras de Paulo VI voltaram à memória novamente quando o Papa Francisco na Casa Santa Marta rezou pelos artistas, observando que com a sua criatividade nos indicam o caminho para a esperança. “E é esta – sublinha o cardeal Ravasi – a força dos artistas, principalmente nestes dias de horizontes fechados e de desolação pela situação que estamos vivendo”.

O olhar

“O artista – explica – deveria ser aquele que mantendo os pés na realidade a interpreta, a transfigura, a transforma. Portanto, como tal, impede que o olhar da pessoa se perca dentro do pó da história”. Nestes dias de quarentena, os artistas trouxeram companhia e distração nas casas com o seu trabalho através da mídia. “Eles – acrescenta – no convidam a abrir o invólucro que cobre as coisas nas quais estamos sempre imersos para descobrir algo que é mais profundo”.

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