No lançamento da edição deste ano, padre Jean Poul Hansen frisou que objetivo da iniciativa é estabelecer novos laços e promover fraternidade universal
Da Redação, com CNBB
Foi lançada a Campanha da Fraternidade 2024. Nesta quarta-feira, 14, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma Missa foi celebrada para comemorar o lançamento de mais uma edição da principal campanha do colegiado episcopal.
A celebração na Capela Nossa Senhora Aparecida foi presidida pelo secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília (DF), Dom Ricardo Hoepers, e concelebrada por padres e assessores da instituição. Além do lançamento da iniciativa neste ano, foi comemorado o aniversário de 60 anos da Campanha.
Após a Missa, foi realizada a cerimônia de abertura no Auditório Dom Hélder Câmara. Além de Dom Ricardo, participaram da apresentação da Campanha da Fraternidade 2024 o assessor do Setor de Campanhas da CNBB, padre Jean Paul Hansen; a representante do Instituto Promocional Madalena Caputo (Congregação São João Batista), irmã Eliane Viana de Oliveira; o cristão leigo que assessorou a Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, Laudelino Augusto dos Santos Azevedo; e a mãe de um educando do projeto do Instituto Madalena Caputo junto ao seu filho.
O padre Jean Poul Hansen comentou que o tema da edição deste ano, “Fraternidade e Amizade Social”, foi escolhido há dois anos, motivado pela realidade do povo brasileiro dividido e polarizado, com o crescimento da indiferença e do ódio. “É desejo de nossos bispos que essa Campanha da Fraternidade seja curadora das nossas relações e que aproveitemos a amizade social para estabelecer novas relações crescendo e nos convertendo, cada vez mais, à fraternidade universal”, ressaltou.
“Alargar o espaço da tenda”
Dom Ricardo fez memória da criação da Campanha, em meio ao Concílio Vaticano II, e destacou a vivência eclesial da iniciativa em busca da conversão pessoal, comunitária e social, com propostas que unem todas as dioceses e nação inteira. “São 60 anos de solidariedade e de projetos que salvaram e transformaram vidas. 60 anos de coragem evangélica para anunciar e denunciar as injustiças”, declarou.
O bispo acrescentou que a Campanha acontece no contexto de comunhão, participação e missão do Sínodo dos Bispos e na preparação do Jubileu 2025 que convida a todos a ser “peregrinos da esperança”. “Estamos aqui para anunciar ao mundo em boa e alta voz: Em Cristo, somos irmãos. Em Cristo, somos Igreja viva, a caminho do Reino definitivo. Em Cristo, queremos mais uma vez vivenciar este tempo de graça, conversão e mudança de vida, de morrer do pecado e ressuscitarmos na Páscoa do Senhor”, afirmou.
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Após apresentar uma breve síntese do Texto-Base da campanha, o secretário-geral convidou a todos a “alargar o espaço da tenda” (cf. Is 54,2), a começar pela cura das feridas da inimizade e discórdia com a reconciliação nas famílias, nas comunidades eclesiais e em toda a Igreja no Brasil. “Extrapolando os nossos muros, é necessário anunciar o amor, a reconciliação, a justiça, o respeito e a paz no âmbito da sociedade, pois Deus nos criou a todos com a mesma dignidade, à sua imagem e semelhança”, frisou.
Projeto assistido de Fundo Nacional de Solidariedade
Representando o Instituto Promocional Madalena Caputo, a irmã Eliane Viana agradeceu a doação ao projeto “Alimentar é ato de amor e esperança”, de Brasília, com recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) oriundos da Coleta Nacional da Solidariedade 2023. “No momento que mais precisávamos e estávamos com uma necessidade crua, nosso projeto foi aceito e apoiado pela CNBB”, expressou.
Segundo a religiosa, o projeto proporcionou não apenas alimento físico, mas a possibilidade dos educandos se sentirem dignos e cultivarem a esperança. “Estávamos há dois meses sem receber repasses, íamos ter que fechar a instituição, e aí chegou o apoio como um ato de amor da Campanha da Fraternidade”, partilhou.