Leão XIV recebeu uma delegação de cardiologistas e frisou o ponto de encontro entre ciência, compaixão e ética
Da Redação, com Vatican News

Foto: Karola G de Pexels via canva
Garantir que os avanços no tratamento permaneçam acessíveis a todos, especialmente aos pobres. Esse foi o pedido do Papa Leão XIV à delegação de 20 pessoas que representam o Paris Course on Revascularization, um dos maiores e mais influentes congressos internacionais de cardiologia intervencionista. A delegação foi recebida em audiência pelo Pontífice nesta sexta-feira, 5.
Leão XIV agradeceu pela presença da delegação em pleno Jubileu da Esperança, “um ano em que toda a Igreja eleva os olhos para o Senhor, que renova as forças, reacende a coragem e nos ensina a ter esperança, mesmo em meio à fragilidade humana”. O Pontífice, então, enalteceu o trabalho dos cardiologistas, um ponto de encontro “entre a ciência, a compaixão e a responsabilidade ética”.
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O Pontífice também citou, em seu discurso, a Constituição Veritatis Gaudium, do Papa Francisco, sobre as universidades e as faculdades eclesiásticas. Unindo-se à voz de seu predecessor, reafirmou que é indispensável centros qualificados de investigação que aprofundem o diálogo com diferentes campos científicos e também na defesa dos pobres, com a construção de uma rede de respeito e de fraternidade.
“A Igreja afirma consistentemente a vocação da investigação científica, que abre a pessoa humana à verdade e a um serviço mais profundo do bem comum. Vocês encarnam esse espírito sempre que procuram curar o coração, tanto física como metaforicamente, trazendo alívio aos que sofrem e esperança às suas famílias.”
Tornar os avanços científicos acessíveis aos vulneráveis
Em seguida, o Pontífice citou João Paulo II, com a Encíclica Evangelium Vitae sobre o valor e inviolabilidade da vida humana, ao falar da importância do médico se empenhar com o “serviço da vida”. Isso reflete a ternura com que o próprio Cristo se aproximava dos doentes e dos vulneráveis, com a sua palavra e os seus gesto. São breves reflexões, finalizou o Papa, sobre uma missão que deve continuar sendo “farol de esperança, iluminando a profunda unidade entre a excelência científica e o serviço à humanidade”.
“O seu amor constante (de Cristo) inspira a dedicação que vocês demonstram através da pesquisa, da formação e das delicadas intervenções que preservam a vida. Cada batimento cardíaco confiado aos seus cuidados é um lembrete de que a vida é um dom, sempre um mistério a ser reverenciado. Eu encorajo vocês, portanto, a continuar promovendo um espírito de colaboração global, a compartilhar generosamente o conhecimento e a garantir que os avanços no tratamento permaneçam acessíveis a todos, especialmente aos pobres e marginalizados.”
Sobre a iniciativa científica
Paris Course on Revascularization reúne, anualmente, em Paris, na França, milhares de profissionais da área cardiovascular, entre pesquisadores, indústria médica e líderes de opinião, para apresentar estudos e técnicas recentes, definir tendências e atualizar diretrizes práticas que muitas vezes irão influenciar recomendações internacionais. A última edição foi em maio deste ano e a próxima já está marcada para maio de 2026.




