Migrantes desaparecidos no mar

Papa recorda naufrágios e pede amor fraterno em Marselha

Em sua 44ª jornada apostólica, desta vez em Marselha, no sul da França, Francisco recordou os imigrantes vítimas de naufrágio no Mar Mediterrâneo

Thiago Coutinho
Da redação

Papa Francisco durante sua intervenção no momento de recolhimento com líderes religiosos / Foto: Vatican Media/Simone Risoluti via Reuters

O Papa Francisco segue em seus dois dias de Viagem Apostólica, a 44ª jornada, desta vez para Marselha, cidade portuária localizada ao sul da França. Há pouco, o Santo Padre se reuniu com líderes religiosos em uma região em frente ao mar, num gesto simbólico de homenagem a marinheiros franceses que faleceram.

Francisco foi recebido por um breve discurso proferido por Dom Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha.

O Sucessor de Pedro deu início ao seu discurso recordando a tragédia dos naufrágios no Mar Mediterrâneo. Chegou a pedir um minuto de silêncio em memória daqueles que tentaram atravessar o oceano em busca de condições melhores de vida. “Penso em muitos irmãos e irmãs afogados no medo, juntamente com as esperanças que traziam no coração. Perante um drama assim não servem palavras, mas fatos; e, antes ainda, serve humanidade: silêncio, pranto, compaixão e oração. Convido-vos agora a um momento de silêncio em memória destes nossos irmãos e irmãs: deixemo-nos tocar pelas suas tragédias”, disse Francisco.

Cultura da indiferença

O Papa seguiu criticando a maneira como a sociedade contemporânea tem lidado com as indiferenças relacionadas aos crescentes naufrágios. “O Céu abençoar-nos-á se soubermos, em terra e no mar, cuidar dos mais frágeis, se soubermos superar a paralisia do medo e o desinteresse que condena à morte com luvas de veludo”, observou.

Insistiu o Santo Padre de que aqueles que creem em Deus devem adotar um modelo de “acolhimento recíproco e fraterno”, como bem definiu. “Deus não escuta a sua oração, enquanto guardar cólera no seu coração” (S. Cesário de Arles, Discursos, XIV, 2), citou.

Ao final, Francisco deixou palavras de esperança e fraternidade — rogou, inclusive, que se deve amar mesmo quando isto se torne difícil. “Irmãos, irmãs, enfrentemos, unidos, os problemas, não façamos naufragar a esperança, juntos componhamos um mosaico de paz!”, findou.

Para conferir a íntegra do discurso do Papa Francisco, clique aqui.

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