Visita apostólica

Papa reza em Marselha: levemos aos irmãos o olhar de Deus

O primeiro compromisso do Papa em Marselha foi o momento de oração com o clero diocesano na Basílica de Notre Dame de la Garde

Jéssica Marçal
Da Redação

Francisco se detém em oração na Basílica de Notre Dame de la Garde / Foto: Reprodução Vatican Media

O Papa Francisco chegou à cidade francesa de Marselha nesta sexta-feira, 22, e seu primeiro destino foi a Basílica de Notre Dame de la Garde. Lá, Francisco participou de um momento de oração com o clero diocesano, ocasião em que fez uma saudação destacando a necessidade de levar aos outros o olhar de Deus.

Francisco se disse feliz por começar a visita com o momento de oração. Ele colocou sob o manto de Nossa Senhora os frutos dos Encontros do Mediterrâneo – evento do qual ele participa amanhã e que é o motivo da visita.

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Em sua saudação, o Pontífice recordou um pouco da história da Basílica: não foi fundada em recordação de um milagre ou aparição, mas porque o povo de Deus procurava, e ali encontrou, a presença de Deus através dos olhos de sua Santa Mãe. Ainda hoje, completou, Nossa Senhora é protagonista de um cruzamento de olhares: o olhar de Jesus e o olhar dos homens e mulheres que se dirigem a Jesus.

O Papa refletiu, então, sobre esse cruzamento de olhares. Enfatizou que também os padres e consagrados são chamados a fazer sentir ao povo o olhar de Jesus e, ao mesmo tempo, levar a Jesus o olhar dos irmãos. “No primeiro caso, somos instrumentos de misericórdia; no segundo, instrumentos de intercessão”, pontuou.

Levar aos irmãos o olhar de Deus

O Papa destacou que o olhar de Jesus que acaricia o homem se dirige de cima para baixo, não para julgar, mas para erguer quem está por terra. Ele destacou que só há um momento na vida em que é permitido olhar a pessoa de cima para baixo: se for para ajudar o outro a se levantar. Esse é um gesto bonito, mas se não for neste contexto, traduz apenas soberba.

O olhar de Jesus é cheio de ternura, acrescentou o Papa, e isso transparece nos olhos de Maria. “E nós, chamados a transmitir este olhar, somos obrigados a abaixar-nos, a sentir compaixão”. Aqui o Papa recordou o estilo de Deus, que é o da proximidade, ternura e compaixão.

“Irmãos, irmãs, aprendamos deste olhar, não deixemos passar um dia sem nos lembrar de quando o recebemos sobre nós e assumamo-lo para sermos homens e mulheres de compaixão. Abramos as portas das igrejas e das residências paroquiais, mas sobretudo as do coração para mostrar, através da nossa mansidão, gentileza e acolhimento, o rosto de Nosso Senhor.”

Levar a Deus a sede dos irmãos

Papa fala ao clero diocesano durante momento de oração / Foto: Reprodução Vatican Media

O segundo olhar comentado pelo Papa foi o dos homens e mulheres que se dirigem a Jesus. O convite do Papa foi para interceder pelos irmãos, levando seus olhos e suas vozes para a Mesa Eucarística, para diante do Sacrário ou até mesmo no silêncio do quarto onde Deus vê.

“Tornar-vos-eis o seu eco fiel, como intercessores, como ‘anjos na terra’, mensageiros que tudo apresentam ‘diante da glória do Senhor’ (Tb 12, 12)”.

O exemplo de Maria

Francisco resumiu a reflexão chamando a atenção para as três imagens de Maria veneradas na Basílica. A primeira é a grande estátua que representa Nossa Senhora segurando o Menino Jesus que abençoa. “Como Maria, levemos a bênção e a paz de Jesus a toda a parte, a cada família e a cada coração. É o olhar de misericórdia”.

A segunda imagem traz num braço o Menino Jesus e, na outra mão, no lugar do cetro, segura um ramo de flores. “Isto faz-nos pensar em Maria como modelo da Igreja, ao mesmo tempo que nos apresenta o seu Filho, a Ele nos apresenta também a nós como um ramo de flores, no qual cada pessoa é única, bela e preciosa aos olhos do Pai. É o olhar de intercessão”.

Já a terceira imagem está no centro sobre o altar e impressiona pelo esplendor que irradia. “Também nós, queridos irmãos e irmãs, nos tornamos Evangelho vivo na medida em que O damos, saindo de nós mesmos, refletindo a sua luz e beleza com uma vida humilde, alegre, rica de zelo apostólico”.

Francisco concluiu sua fala com um apelo: “Caríssimos, levemos aos irmãos o olhar de Deus, levemos a Deus a sede dos irmãos, espalhemos a alegria do Evangelho. Esta é a nossa vida que é incrivelmente bela, não obstante as canseiras e as quedas. Rezemos juntos a Nossa Senhora, para que Ela nos acompanhe e guarde”.

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