TUTELA DOS MENORES

Que a Igreja continue a se empenhar na prevenção do abuso, exorta Papa

Em audiência com membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, Francisco ressaltou trabalho de proteção, prevenção e condenação a casos de abuso

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco fala aos fiéis durante Audiência Geral desta quarta-feira, 14 / Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

Nesta quinta-feira, 7, o Papa Francisco recebeu, em audiência, os membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que se reuniram em assembleia plenária. No encontro, o Pontífice ressaltou a importância de prosseguir com a proteção às crianças e na prevenção de casos de abuso.

Ainda se recuperando de um resfriado, o Santo Padre pediu que monsenhor Pierluigi Giroli fizesse a leitura do discurso preparado. No texto, Francisco sinaliza que o cuidado com vítimas de abuso “é uma vocação corajosa, que vem do coração da Igreja e a ajuda a se purificar e crescer”.

“Nos últimos dez anos, a tarefa de oferecer aconselhamento e consultoria e de propor as iniciativas mais apropriadas para a proteção de menores e pessoas vulneráveis expandiu-se consideravelmente, tornando-se mais definida”, manifesta o Papa, “pois pedi a vocês que se concentrassem em ajudar a tornar a Igreja um lugar cada vez mais seguro para crianças e adultos vulneráveis”.

“Nosso compromisso não pode falhar”

Na sequência, agradece pela entrega do Relatório Anual sobre Políticas e Procedimentos de Proteção na Igreja. O Papa frisa que este material “não deve ser apenas mais um documento, mas deve nos ajudar a entender melhor o trabalho que ainda temos pela frente”.

“Diante do escândalo do abuso e do sofrimento das vítimas”, observa o Pontífice, “podemos ficar desanimados, pois o desafio de reconstruir o tecido de vidas destruídas e curar a dor é grande e complexo. Mas nosso compromisso não pode falhar; na verdade, eu os incentivo a seguir em frente, para que a Igreja seja sempre e em todos os aspectos um lugar onde todos possam se sentir em casa e onde cada pessoa seja considerada sagrada”.

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O Santo Padre também sublinha que o ministério eclesial de proteção e a proximidade com as vítimas de abuso parte da escuta, da intervenção, da prevenção e da ajuda. Ele ressalta que todos são chamados a conhecer diretamente o impacto do abuso, sensibilizar-se com o sofrimento das vítimas e expressar proximidade por meio de escolhas concretas, que ajudam e preparam um futuro diferente.

“Não pode acontecer de as vítimas de abuso não serem acolhidas e ouvidas, porque isso pode agravar muito o sofrimento delas”, pontua Francisco, enfatizando que “para desempenhar adequadamente esse serviço, devemos nos apropriar dos sentimentos de Cristo: sua compaixão, sua maneira de tocar as feridas da humanidade, seu Coração perfurado de amor por nós”.

“Empenhar-se com toda força na prevenção”

Por fim, o Papa destaca a importância da proximidade da Comissão com as autoridades das igrejas locais para fortalecer o compartilhamento de boas práticas, verificar a adequação das medidas adotadas e apoiar os trabalhos de proteção e prevenção:

“Com o tempo, isso criará uma rede de solidariedade com as vítimas e com aqueles que promovem seus direitos, especialmente onde os recursos e a experiência são escassos. Suas observações nos manterão na direção certa, para que a Igreja continue a se empenhar com toda a força na prevenção do abuso, na firme condenação do abuso, no cuidado compassivo com as vítimas e no esforço constante para ser um lugar hospitaleiro e seguro”, conclui.

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