FORMAÇÃO CONTÍNUA

Papa a seminaristas: não temam permitir que Deus aja em suas vidas

Em audiência com delegação do Seminário arquiepiscopal de Nápoles, Francisco destacou formação contínua e agir do Espírito Santo sobre aqueles que se preparam para vida sacerdotal

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco recebeu delegação do Seminário arquiepiscopal de Nápoles em audiência / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

O Papa Francisco recebeu, em audiência, nesta sexta-feira, 16, os bispos, superiores, formadores e seminaristas do Seminário arquiepiscopal de Nápoles na Itália. O encontro foi motivado pelo aniversário de 90 anos da instituição.

Ao receber a delegação, o Pontífice entregou o discurso preparado e falou espontaneamente. No texto, ele agradece aos colaboradores que atuam no seminário, especialmente os casais, pontuando que sua presença é um sinal importante. Neste sentido, ele reitera a complementaridade entre a ordem sagrada e o sacramento do matrimônio. “Na formação sacerdotal, precisamos da contribuição daqueles que escolheram a vocação do casamento”, afirmou.

Voltando-se para os seminaristas, o Santo Padre expressa sua gratidão por terem respondido ao chamado do Senhor e se disponibilizado a servir a Igreja. Ele também os encoraja a “cultivar a beleza da fidelidade a cada dia, com entusiasmo e dedicação, entregando as vossas vidas ao contínuo trabalho do Espírito Santo, que vos ajuda a assumir a forma de Cristo”.

Formação contínua

Diante disso, Francisco fala sobre a formação contínua, manifestando que “a formação nunca termina, dura toda a vida, e, se for interrompida, não permanecemos onde estávamos, mas retrocedemos”. Em sua mensagem, ele se refere ao seminário como um canteiro de obras que “permanece, constantemente, em movimento, aberta à novidade do Espírito, vencendo a tentação de preservar a si mesma e seus próprios interesses”.

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Segundo o Papa, a dinâmica do caminho sinodal se constitui pela escuta do Espírito e dos homens de hoje. Deste modo, os ministros sacerdotais, nos dias de hoje são, antes de tudo, servos “que sabem adotar um estilo de discernimento pastoral em cada situação, sabendo que todos, clérigos e leigos, estão em marcha em direção à plenitude e são operários do mesmo canteiro em construção”.

Ele destaca que “não podemos oferecer respostas rígidas e pré-fabricadas à complexa realidade de hoje, mas devemos investir nossas energias anunciando o essencial, que é a misericórdia de Deus, e manifestando-a através da proximidade, da paternidade, da mansidão, refinando a arte do discernimento”.

Docilidade à ação do Espírito Santo

Em relação ao caminho de formação para o presbiterado, o Pontífice alerta para que não se cometa o erro de se sentir superior e se considerar pronto diante dos desafios. “Não tenham medo de permitir que o Senhor aja em suas vidas: o Espírito virá primeiro para demolir aqueles aspectos, aquelas convicções, aquele estilo e até mesmo aquelas ideias incoerentes sobre a fé e o ministério que impedem o vosso crescimento segundo o Evangelho, e então o mesmo Espírito, depois de limpar as falsidades interiores, lhes dará um coração novo, construirá as suas vidas no estilo de Jesus, os fará tornar-se novas criaturas e discípulos missionários”, aconselha.

Além disso, recorda que o verdadeiro amadurecimento vem por meio da cruz e dos sofrimentos. Contudo, o Santo Padre reitera que não tenham medo, pois “se permanecerem dóceis e verdadeiros, disponíveis à ação do Espírito sem se enrijecerem e se defenderem, descobrirão a ternura do Senhor dentro das vossas fraquezas e na alegria pura do serviço”.

Por fim, Francisco ressalta que os itinerários de formação estão passando por muitas transformações, avaliando como positivas essas novidades. Na conclusão do texto, ele deixa alguns últimos conselhos aos seminaristas:

“Deixem-se conquistar por Deus com renovado estupor, fundamento da vocação que se acolhe e redescobre especialmente na adoração e em contato com a Palavra; vivam com alegria a escolha pela sobriedade, e aprendam um estilo de vida que vos capacitará a serem sacerdotes capazes de se doar aos outros e de estarem atentos aos mais pobres; não se deixando enganar pelo culto da imagem e da aparência, mas cuidando da vida interior, vivendo na paz e na concórdia, superando as divisões e aprendendo a viver na fraternidade com humildade”.

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