Francisco convidou os cristãos a se doarem totalmente e amarem a Deus sem reservas para cumprirem sua fé
Da redação, com Vatican News
Como se realizar na fé e retribuir o amor de Deus foi a mensagem central da reflexão do Papa Francisco neste domingo, 12, ao se dirigir aos fiéis reunidos para a recitação mariana do Angelus.
Refletindo sobre o Evangelho do dia, o Sucessor de Pedro disse que Jesus “nos faz entender que as regras religiosas são necessárias, são boas, mas são apenas o começo: para cumpri-las, é necessário ir além da letra e viver seu significado”.
Seguindo a deixa do Evangelho de Mateus, no qual Jesus diz: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas. Não vim abolir, mas cumprir” (Mt 5,17). Francisco explicou que “cumprir” é a palavra-chave para compreender Jesus e sua mensagem.
A observância ritualística é inútil
Não basta levar uma vida respeitando as leis, disse, abster-se de matar, mas ferir com palavras; abster-se de cometer adultério, mas viver um amor “manchado de duplicidade e falsidade”; prestar juramento solene “se alguém então age com hipocrisia”. “Isto”, sublinhou, “não é cumprimento.”
O Santo Padre explicou que “fazer uma oferenda a Deus retribui a gratuidade de seus dons”.
A mensagem é clara, disse: “Deus nos ama primeiro, livremente, dando o primeiro passo em nossa direção, sem que nós o mereçamos”.
“Não podemos celebrar o seu amor sem, por nossa vez, dar o primeiro passo para a reconciliação com aqueles que nos feriram.”
“Desta forma, há realização aos olhos de Deus”, continuou o Papa, “caso contrário, a observância externa, puramente ritualística, não tem sentido.”
Ele disse que “as regras religiosas são necessárias, são boas, mas são apenas o começo: para cumpri-las, é necessário ir além da letra e viver seu significado”.
“Os mandamentos que Deus nos deu não devem ser trancados nos cofres abafados da observância formal.”
Aspire ao máximo
O Santo Padre disse que esta é uma questão atemporal e lembrou aos crentes que a fé não é “uma observância formal, que se satisfaz com o mínimo, enquanto Jesus nos convida a aspirar ao máximo possível”.
“Deus não raciocina com cálculos e tabelas; ama-nos como um enamorado: não ao mínimo, mas ao máximo! Ele não diz: “Eu te amo até certo ponto”.
O verdadeiro amor, continuou o Papa, “nunca chega a um certo ponto, nunca se satisfaz; o amor vai além, não se pode prescindir”. Francisco disse que o Senhor nos mostrou isso “dando sua vida na cruz e perdoando seus assassinos, e ele nos confiou o mandamento mais caro a ele: que nos amemos uns aos outros como ele nos amou.
“Este é o amor que dá cumprimento à Lei, à fé, à vida!”
O Pontífice concluiu encorajando os cristãos a se perguntarem como vivem sua fé: “É uma questão de cálculo, formalismo ou uma história de amor com Deus? Contento-me em não fazer mal, em manter a ‘fachada’ em ordem, ou procuro crescer no amor a Deus e aos outros?”
Vez por outra, ele disse, verifique o grande mandamento de Jesus, perguntando se “eu amo meu próximo como ele me ama?”.
“Porque talvez sejamos inflexíveis em julgar os outros e nos esquecemos de ser misericordiosos, como Deus é conosco.”