DIA MUNDIAL DOS POBRES

Papa: “diante de Deus, todos somos pobres e necessitados”

Santa Sé publicou mensagem do Papa Francisco para Dia Mundial dos Pobres deste ano, cujo lema é “A oração do pobre eleva-se até Deus” (cf. Eclo 21, 6)

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Foto: jcomp via freepik

A Santa Sé divulgou nesta quinta-feira, 13, a mensagem do Papa Francisco para o VIII Dia Mundial dos Pobres. O lema deste ano é “A oração do pobre eleva-se até Deus” (cf. Eclo 21, 6).

O Dia Mundial dos Pobres é celebrado anualmente no domingo anterior à Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Neste ano, a data será comemorada em 17 de novembro. A mensagem, por sua vez, sempre é divulgada em 13 de junho, dia da memória de Santo Antônio, padroeiro dos pobres.

Ao abordar o tema escolhido, o Papa Francisco escreve que a esperança cristã inclui a certeza de que a oração do homem chega à presença de Deus. Contudo, frisa que não se trata de uma oração qualquer, mas a oração do pobre.

Pobres têm um lugar especial no coração de Deus

O Pontífice debruça-se então sobre o livro do Eclesiástico, escrito por Ben-Sirá e do qual foi extraído o lema do Dia Mundial dos Pobres deste ano. Ele explica que o autor é um mestre de Jerusalém que escreve sobre vários aspectos da vida humana, com dedicação especial ao tema da oração.

Em seu percurso em busca da “sabedoria na oração”, explica o Santo Padre, Ben-Sirá descobre que os pobres têm um lugar privilegiado no coração de Deus. Trata-se de uma atenção especial do Senhor com aqueles que mais sofrem (como os pobres e marginalizados) e que mais precisam Dele.

Ninguém está excluído do Seu coração, uma vez que, diante Dele, todos somos pobres e necessitados. Somos todos mendigos, pois sem Deus não seríamos nada.
– Papa Francisco

Contudo, há aqueles que cedem à mentalidade humana e acreditam ter que conquistar riqueza a qualquer custo. “A felicidade não se adquire espezinhando os direitos e a dignidade dos outros”, pontua Francisco, sublinhando como a violência causada pelas guerras revela a arrogância no coração dessas pessoas. “Quantos novos pobres produz esta má política das armas, quantas vítimas inocentes”, expressa.

Cuidado espiritual dos pobres

Na sequência, o Papa afirma que, em meio ao Ano de Oração que a Igreja vive rumo ao Jubileu 2025, é preciso “fazer nossa a oração dos pobres e rezar com eles”. A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual, adverte.

“A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta de um caminho de crescimento e amadurecimento na fé”, registra o Pontífice.

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Tudo isto, orienta, requer um coração humilde, que tenha a coragem de se tornar mendigo. “O homem humilde não tem nada de que se vangloriar nem nada a reclamar […] O pobre, sem nada em que se apoiar, recebe a força de Deus e coloca Nele toda a sua confiança. Com efeito, a humildade gera a confiança de que Deus nunca nos abandonará e não nos deixará sem resposta”, escreve o Santo Padre.

Neste contexto, Francisco reitera aos pobres: “não percam esta certeza: Deus está atento a cada um de vós e está perto de vós”. Ainda que a oração pareça sem resposta, salienta, isso não significa que Ele não Se importa com o sofrimento humano; antes, é uma uma palavra que pede para ser acolhida com confiança, no abandono a Ele e à sua vontade.

Exortação às ações em comunidade

Voltando-se para o Dia Mundial dos Pobres, o Papa reforça que a data tornou-se um compromisso na agenda de cada comunidade eclesial. “É uma ocasião propícia para realizar iniciativas que ajudem concretamente os pobres, e também para reconhecer e apoiar os numerosos voluntários que se dedicam com paixão aos mais necessitados”, incentiva.

O Pontífice, citando a carta de São Tiago, recorda que a oração, se não se traduz em obras concretas, é vã. Ao mesmo tempo, explica, “a caridade sem oração corre o risco de se tornar uma filantropia que rapidamente se esgota”. Diante disso, exorta todos a estar sempre vigilantes com a força e a perseverança que vem do Espírito Santo.

Por fim, o Santo Padre conclui a mensagem exortando todos, em vista do Ano Santo, a se tornarem “peregrinos da esperança”, valorizando os pequenos detalhes do amor. “Somos pobres de paz e, para a acolher como um dom precioso, estendemos as mãos, ao mesmo tempo que nos esforçamos por costurá-la no dia a dia”, finaliza.

Confira NA ÍNTEGRA a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial dos Pobres 2024 

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