ACOLHIMENTO AOS POBRES

“Cada alma é um universo de dignidade infinita”, afirma Papa

Ao recordar a vida do padre Milani, sacerdote italiano que se empenhou no campo da educação, Francisco destacou a sua atenção e acolhimento aos pobres

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco acena para participantes da audiência / Foto: Vatican Media/Catholic Press Photo/IPA/Sipa USA via Reuters

Ao receber em audiência os membros do Comitê Nacional para o centenário do nascimento de padre Lorenzo Milani (1923-1967), o Papa Francisco destacou que o acontecimento central da vida desse sacerdote foi sua conversão. O encontro aconteceu nesta segunda-feira, 22, na Sala Clementina.

O Pontífice enfatizou que a conversão do padre Milani permite compreender plenamente sua pessoa, primeiro em sua busca incansável e, depois, após sua completa adesão a Cristo, em sua plena realização. Recordando o episódio em que o então jovem italiano se decidiu a seguir o chamado do Senhor ao sacerdócio, o Santo Padre acrescentou que a conversão é o coração de toda a experiência humana e espiritual de padre Milani.

Pobreza e humildade

Na sequência, ao relembrar a vida do sacerdote, Francisco afirmou que ele viveu plenamente as bem-aventuranças evangélicas da pobreza e da humildade. Deixou seus privilégios para ser pobre com os pobres, ciente de sua missão na Barbiana – tão certo disso que, assim que chegou à localidade, comprou seu túmulo lá.

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“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça” (cf. Mt 5,6), citou o Papa, apontando que o padre Milani teve essa experiência junto às crianças que educou. A escola era o ambiente no qual trabalhava por um grande propósito: restaurar a dignidade dos últimos, o respeito, a posse de direitos e a cidadania, mas, acima de tudo, o reconhecimento da filiação de Deus.

“Nós”, frisou o Pontífice aos padres em Experiências Pastorais, “temos como única razão de viver agradar ao Senhor e mostrar a ele que entendemos que cada alma é um universo de dignidade infinita.”

Agir com sabedoria e amor

Diante do testemunho do padre Milani, Francisco sublinhou como o sacerdote italiano se perguntou como a Igreja pode causar impacto com sua mensagem para que os pobres não sejam deixados para trás. “Com sabedoria e amor”, explicou, “ele encontra a resposta na educação, por meio de seu modelo de escola, ou seja, colocando o conhecimento a serviço daqueles que são os últimos para os outros, os primeiros para o Evangelho e para ele”.

Por fim, o Santo Padre finalizou seu discurso dizendo que a vida do padre Milani é um convite a deixar de lado a indiferença, a interpretar a realidade e a se aproximar de todos os excluídos e levá-los a sério. “Cada cristão deve desempenhar seu papel nesse sentido. Padre Lorenzo foi um sacerdote inquieto e irrequieto, fiel ao Senhor e à sua Igreja, pelo testemunho que nos deixou como um legado exigente”, concluiu.

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