Capacidade de escuta foi um dos pontos destacados no discurso, que abordou temas como democracia e meio ambiente
Da Redação, com sala de imprensa da Santa Sé
O primeiro compromisso do Papa Francisco nesta terça-feira, 16, em sua viagem ao Chile, foi o encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático do país. Nesse primeiro discurso, o Papa destacou a capacidade de escuta e o desafio de continuar a trabalhar para que a democracia seja um espaço de encontro para todos.
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O Santo Padre ressaltou que, nas últimas décadas, o Chile desenvolveu uma democracia que lhe consentiu progresso. Ele pontuou que as recentes eleições políticas manifestaram a solidez e maturidade cívica alcançada no país, o que tem particular relevo no ano em que se comemoram os 200 anos da declaração da independência.
“Cada geração deve fazer suas as lutas e as conquistas das gerações anteriores e levá-las a metas ainda mais altas. O bem como, aliás, o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia”, disse o Papa.
Francisco destacou ainda a capacidade de escuta do povo e das autoridades chilenas, algo que tem grande valor em uma nação onde a pluralidade étnica cultura e histórica exige ser protegida. Nesse sentido, é indispensável escutar, pontuou o Papa: ouvir os desempregados, os povos nativos, os migrantes, os jovens, os idosos, as crianças.
Ao mencionar as crianças, o Papa expressou o seu pesar e vergonha diante dos casos em que elas foram lesadas por ministros da Igreja. “Não posso deixar de exprimir o pesar e a vergonha que sinto perante o dano irreparável causado às crianças por ministros da Igreja. Desejo unir-me aos meus irmãos no episcopado, porque é justo pedir perdão e apoiar, com todas as forças, as vítimas, ao mesmo tempo que nos devemos empenhar para que isso não volte a repetir-se”.
Também a partir dessa capacidade de escuta, o Papa pediu uma atenção especial à “Casa comum”, destacando a necessidade de uma cultura que saiba cuidar da terra. Nesse ponto, acrescentou o Papa, a sabedoria dos povos nativos pode dar uma grande contribuição.
Concluindo seu discurso, Francisco renovou o agradecimento pelo convite a visitar o país. “Rezo para que a Virgem do Carmo, Mãe e Rainha do Chile, continue a acompanhar e fazer crescer os sonhos desta abençoada nação”.
Próximos compromissos
Após o encontro com as autoridades, o Papa segue para a tradicional visita de cortesia à presidente do Chile, Michelle Bachelet. Depois, desloca-se para o Parque O’Higgins onde celebrará a Santa Missa.
Ainda hoje, ele visita o Centro Penitenciário Feminino de Santiago, encontra-se com os sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas na Catedral de Santiago, reúne-se com os bispos do país, faz uma visita privada ao Santuário de São Alberto Hurtado e tem um encontro privado com os sacerdotes da Companhia de Jesus.
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