Dom Sérgio da Rocha, relator geral do Sínodo para a juventude, falou sobre o que significou o Sínodo para a Igreja no mundo
Da redação, com CNBB
“Com a passagem de Emaús, somos chamados a reconhecer que Jesus caminha com os jovens, está presente no meio deles, em meio a tantos desafios”. A afirmação é do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e relator geral da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos — cujo tema foi: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” —, cardeal Sérgio da Rocha.
No Brasil após um intenso mês em Roma, Dom Sérgio da Rocha falou sobre o que significou o Sínodo para a Igreja no mundo. A postura fundamental da Igreja com os jovens após o Sínodo 2018, segundo o cardeal, está na passagem dos discípulos de Emaús, texto bíblico que inspirou a estruturação do documento final.
O documento final com três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos, 60 páginas já foi entregue e aprovado pelo Papa Francisco e aguarda uma tradução para o português. “Apesar da responsabilidade do relator geral, a elaboração do documento final do Sínodo é uma tarefa coletiva”, explica o prelado. Nesta missão, o cardeal contou com o trabalho de dois secretários —padre Giacomo Costa e padre Rossano Sala —, uma Comissão de Redação e um grupo grande de peritos das diversas áreas.
Para Dom Sérgio, cumprir a missão confiada a ele pelo Santo Padre, a de relator geral do Sínodo 2018, foi uma graça muito grande e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de aprender a partir da escuta, acolhida e discernimento frente a tantas questões, reflexões e propostas apresentadas no Sínodo pelos participantes dos cinco continentes. “Foi bom demais estar ainda mais perto do Papa Francisco, conviver com os bispos, padres, religiosos e leigos, representantes da Igreja no mundo inteiro e, desta vez, especialmente com os jovens”, disse.
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Documento final e desafios
A primeira parte do documento final tem como título: “Caminhava com eles”. O cardeal reforça que, neste primeiro bloco, o documento pede que se considere atentamente a realidade da juventude concreta, seus valores e potencialidades, seus problemas e situações de vulnerabilidade, as diversas faces dos jovens, assim como a situação deles na Igreja local.
O cardeal reforça que na segunda parte do documento, cujo título é “Os olhos deles se abriram”, contempla-se a reflexão teológica sobre os jovens e o discernimento vocacional que leva a interpretar a realidade com a luz da fé. “Eles são convidados a refazerem, na comunidade, a experiência dos discípulos de Emaús, escutando a Palavra, participando da Eucaristia e da vida comunitária”, explicou.
O título da terceira parte, conforme a passagem de Emaús, é “Partiram sem demora”. “No terceiro momento, somos convidados a agir, procurando discernir, com a ajuda das propostas do Sínodo, os melhores meios para realizar a pastoral juvenil e o discernimento vocacional na Igreja local, com novo ardor missionário”, disse o religioso.
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O cardeal reforça que para “agir”, sem demora, é necessário definir ações comunitárias na Igreja nos vários níveis, procurando contar com os próprios jovens e, ao mesmo tempo, formar pessoas para o acompanhamento dos jovens e para a animação da pastoral juvenil com a perspectiva vocacional.
Após o encerramento da Assembleia Sinodal tem início a fase de recepção da reflexão e das propostas do Sínodo em toda a Igreja, fase que começa com as conferências episcopais de cada país e assembleia das dioceses e igrejas particulares. “O grande desafio é concretizar as indicações pastorais do Sínodo”, reforça Dom Sérgio.
O testemunho, segundo o presidente da CNBB, foi dado pelo próprio processo vivido pelo Sínodo: “Aproximar-se dos jovens para escutar, compreender, acolher e valorizar a presença deles em nossas comunidades, para compartilhar com eles a alegria do Evangelho e para ajudá-los a responder ao chamado para seguir a Cristo nas diversas vocações, sendo cristãos nos diversos ambientes da sociedade, principalmente no meio dos jovens”.