Assembleia Geral

Em clima fraterno, CNBB inicia eleições para nova presidência

A abertura do processo eleitoral para a escolha da nova presidência da CNBB tem sua primeira votação nesta segunda-feira, 20

André Cunha
Enviado especial a Aparecida

Os bispos do Brasil iniciam a segunda semana de Assembleia Geral na expectativa das eleições que definiram a nova presidência da CNBB, constituída pelo presidente, vice e secretário-geral. Também serão eleitos os presidentes das doze Comissões Episcopais Pastorais e os delegados da instituição para o Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) e para a 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Na primeira sessão da manhã, nesta segunda-feira, 20, acontece a abertura do processo eleitoral, momento em que será explicado o Sistema de Votação, o funcionamento das urnas e os procedimentos das eleições. A primeira eleição é para o cargo de presidente, depois vice-presidente e, posteriormente, para secretário-geral.

Ainda pela manhã, os bispos debaterão a obrigatoriedade do matrimônio civil. As sessões eleitorais durante a tarde serão intercaladas entre as sessões de trabalhos, com previsão de cinco votações.

Clima “fraterno”

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Primaz do Brasil, dom Murilo Krieger / Foto: CNBB

Na semana eleitoral, o clima é de fraternidade no episcopado, segundo o Arcebispo Primaz do Brasil, dom Murilo Sebastião Krieger. O bispo comenta com bom humor que, ao contrário de outras eleições, nesta ninguém quer “vencer” pois seria uma responsabilidade a mais na missão como bispo.

“A gente já nem dá conta da própria diocese com todos os desafios que ela tem! Cada vez vejo mais claramente que aqui ninguém quer, e se aceita, o faz no Espírito de serviço”, afirmou.

Para dom Murilo, a principal função da nova presidência será pôr em prática as diretrizes para a evangelização no Brasil, que foram atualizadas desde a última Assembleia Geral e  aprovados pelos bispos no sábado, 18. “Este é o grande programa; o resto são coisas em função disto”, explicou.

Os bispos iniciaram a segunda-feira de Assembleia Geral participando da Missa no Santuário Nacional de Aparecida, às 7h30.

Informações da assessoria sobre a votação 

As eleições podem prosseguir até o dia 23 de abril e seguem normas específicas do Estatuto Canônico da CNBB. Podem votar somente os membros efetivos da Conferência dos Bispos, ou seja, os bispos diocesanos e coadjutores, bispos auxiliares, bispos titulares que exerçam um ofício especial, confiado pela Santa Sé ou pela CNBB, além dos prelados das Igrejas orientais católicas. De acordo com dados da Conferência, do mês de abril, há 313 bispos na ativa, incluindo os cardeais e arcebispos.

Os bispos eméritos somam cerca de 140, mas não têm direito a voto e também não podem ser votados para cargos da CNBB, assim como os bispos recém nomeados que ainda não tomaram posse e que, portanto, ainda não são membros da Conferência.

Conforme o Estatuto Canônico, o voto é secreto e direto. Na contagem dos votos são consideradas as abstenções e votos nulos, a fim de calcular o número de votantes, respeitando a maioria exigida. A Assembleia só poderá deliberar ou eleger, se estiver presente a maioria absoluta dos membros. Todos os bispos da Conferência poderão ser votados, exceto os eméritos. O mandato tem duração de quatro anos, sendo permitida uma única reeleição consecutiva para o mesmo cargo. Ao serem eleitos, os bispos irão exercer os cargos para os quais foram designados, porém continuam em suas arqui(dioceses).

As eleições para cada cargo ocorrerão em votações separadas. A primeira eleição é para presidente, depois vice-presidente e, posteriormente para secretário-geral da CNBB, considerando a maioria de dois terços dos votantes, no primeiro e segundo escrutínio; e por maioria absoluta dos votantes, no terceiro ou quarto escrutínio. Caso seja necessário, se fará o quinto e último escrutínio entre os dois candidatos mais votados no segundo escrutínio.

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